
2. Lembrando daquela insistência de Walter Benjamin nos citados como forma de trazer à presença as vozes da história, achei que poderia trazer à pagina da Peroratio algumas formulações da pesquisadora como 'aperitivo' do que poderia vir ao aceitar o convite. Em interessante artigo com o título "A (est)ética do cuidado e religiosidade contemporânea - a Igreja Universal do Reino de Deus em perspectiva", a autora, havendo analisado a dimensão do cuidado nesta expressão religiosa, formula:
2.1 "O cuidado de si IURDiano pode ser traduzido, então, como um conjunto de técnicas para acabar com o sofrimento e o mal-estar. A transformação da subjetividade que se opera a partir da utilização das técnicas do Sacrifício, do Exorcismo e da Confissão Positiva podem ser compreendidas, talvez, como estratégia de sobrevivência e instrumento de adaptação da subjetividade ao status quo.
2.2 Ao longo deste estudo, as implicações éticas e estéticas dessa forma de cuidado foram se fazendo aparecer. Evidenciou-se que a estilística da existência promovido [sic!] por essa forma de religiosidade integra-se aos valores próprios de uma (...) ética neo-liberal: sincrética; flexível; individualista; narcisista, que busca o bem-estar e a felicidade a qualquer preço; sem a fronteira entre sagrado e profano; que enfatiza os recursos internos do sujeito e minimiza a necessidade de relacionalidade. Esta última característica traz importantes conseqüências em relação à constituição da subjetividade, pois, torna-a mais individualista, e também, em relação à sociedade: torna-a menos solidária. Seu discurso ambíguo “con-funde-se” com o próprio mercado num duplo movimento: de dessacralização da religião, banalizando-a, e de sacralização do mercado, elevando-o à condição de “validade última”. (Esperandio: 2004).
2.3 Urge, na contemporaneidade, que a Psicologia e a Teologia pensem uma prática de cuidado em diálogo entre si e com outras ciências, a fim de que, a nossa prática no cuidado de nós mesmos e do outro seja expressão do nosso cuidado com a vida e com a promoção dela." (In: Protestantismo em revista, São Leopoldo, v. 04, n.2, 2005 - http://www.est.edu.br/nepp).
3. Com a presença e participação de Mary Rute Gomes Sperandio teríamos uma contribuição significativa nesta dialogicidade. Talvez ainda aceite participar?
HAROLDO REIMER
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