1. Se não pode ser que o Bem faça o mal, só um (M)al o pode assumir. Então, estamos combinados: O Bem só fará, doravante, o bem. Quanto aos males cotidianos, que entre o bem que o Bem fará não está a suspensão dos males, vejamos como resolvê-los.
2. Certo é que serão eternos os males. Se um fim houver para tudo, então há de haver, também, para eles. Se, contudo, o fim ao sonho utópico pertence, utópica será, igualmente, a cessação dos males. Avisai, ide, aos homens que, por assim dizer, serão eternos seus tormentos.
3. Dito isso, há, entrevê-se, uma condição dos males: se não são findáveis os males, findável não é a sua causa. E qual é ela? Vejamos.
4. Um (D)eus (M)al aceitaríeis? Não, decerto, que sóbrios monoteístas cá nos vedes. Nesse caso, resta dizer que um diabo qualquer, depois de anjo ter sido, e dos bons, geralmente as traições dos mais próximos soam mais trágicas e sensíveis aos enredos, há de ser o responsável pelos males. É aceitável.
5. Está resolvido esse ponto, então: os males, parindo-os vai a cloaca dos diabos, e vedes quão férteis são que entre o parágrafo anterior e este já são plurais os coitos e as castas...
6. Caberá, no entanto, uma questão? Oh, sim, caberá, decerto, mas qual? A seguinte: por que aos homens é cabível o perdão, e não aos pobres dos diabos? Que não serão decerto, piores do que nós...
7. Oh, sim, bem pensado. Mas é que assim se deve pensar para fecharmos as contas: se os males hão de não ter fim, segue-se que sua fonte deve estar permanente aberta. Se, contudo, Deus perdoa aos diabos expiatórios, como se há de explicar ao bom Deus que os males não é ele mesmo quem os faz?
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2. Certo é que serão eternos os males. Se um fim houver para tudo, então há de haver, também, para eles. Se, contudo, o fim ao sonho utópico pertence, utópica será, igualmente, a cessação dos males. Avisai, ide, aos homens que, por assim dizer, serão eternos seus tormentos.
3. Dito isso, há, entrevê-se, uma condição dos males: se não são findáveis os males, findável não é a sua causa. E qual é ela? Vejamos.
4. Um (D)eus (M)al aceitaríeis? Não, decerto, que sóbrios monoteístas cá nos vedes. Nesse caso, resta dizer que um diabo qualquer, depois de anjo ter sido, e dos bons, geralmente as traições dos mais próximos soam mais trágicas e sensíveis aos enredos, há de ser o responsável pelos males. É aceitável.
5. Está resolvido esse ponto, então: os males, parindo-os vai a cloaca dos diabos, e vedes quão férteis são que entre o parágrafo anterior e este já são plurais os coitos e as castas...
6. Caberá, no entanto, uma questão? Oh, sim, caberá, decerto, mas qual? A seguinte: por que aos homens é cabível o perdão, e não aos pobres dos diabos? Que não serão decerto, piores do que nós...
7. Oh, sim, bem pensado. Mas é que assim se deve pensar para fecharmos as contas: se os males hão de não ter fim, segue-se que sua fonte deve estar permanente aberta. Se, contudo, Deus perdoa aos diabos expiatórios, como se há de explicar ao bom Deus que os males não é ele mesmo quem os faz?
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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