terça-feira, 3 de março de 2009

(2009/048) Da "alienação"


1. Vou dar uma volta. István Mészáros me deixou com uma terrível dor de cabeça, um esforço que fiz, agora à tarde, para acompanhar sua "leitura" do jovem Marx, o dos Manuscritos, de 1844. Mészáros quer-me fazer entender o conceito marxiano de alienação, e, de fato, à medida que avançava no livro (István Mészáros, O Conceito de Alienação em Marx, Boitempo, 2006 [1970]) - estou na p. 146 -, a "terrível" situação em que me encontro vai-se desenhando, dolorosamente, com poucas, pouquíssimas (sem ingenuidades: nenhuma) chance de serem superadas em minha ínfima e passageira existência.

2. Vou dar uma volta. Repito que encontrei tudo isso que Mészáros descreve como conceito de alienação em Marx, mas num recorte específico - as relações de socialidade -, em Cântico dos Cânticos. A saída que a amada encontra (e encontra, é sua contra-tragédia!) está longe, longe, muito longe de ser a saída marxiana, mas, Deus dos desgraçados, dizei-me, Deus, que faria ela? Pôr-me na pele dela, e na minha, me gera ânsia de choro - precismante agora... Mas encontro-me na Faculdade, e não seria nada agradável desmanchar-me publicamente (porque, internamente, já estou poça d'água).

3. Vou dar uma volta. Engulo a dor, enquanto a despejo pelo caminho das calorias consumidas lentamente...


OSVALDO LUIZ RIBEIRO


PS1. A, Jimmy, sabe quando afirmei que estava longe de ser emancipado, conforme você sugerira ser eu? Pois é. Bota longe nisso, amigo...

PS2. Bel, és minha única contra-tragédia. Sabes o/do que digo...

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