Há uma perversão e uma perversidade inalienáveis na religião cristã (e, se nas outras, problemas dos outros): nada que se funde em mentira pode ter validade pedagógico-libertadora. Nada que se fundamente em mentira pode ser emancipador...
Tudo bem que até há alguns séculos se desse crédito ao mito da ressurreição. Mas, senhores, hoje, século XXI, convenhamos. É tão ridículo quanto criacionismo.
A retórica de tratar como verdade profunda (que sempre será religioso diplomado a defender) apenas escamoteia a informação crítica: é mito.
Qualquer pedagogia, liturgia, pantomima, boletim, e-mail, o diabo que seja, que trata a ressurreição no nível mitoplástico me soa, hoje, programa de manutenção da alienação de fundo.
E serei ainda mais radical: soa-me como discurso de pessoas que, não tendo estrutura interna madura o suficiente para libertar-se da tralha mitológica, emprega a mesma tralha mitológica para impedir a libertação dos outros...
O quê?, as intenções são as melhores?
Danem-se as intenções.
A educação começa pelo desmonte radical dos mecanismos de manutenção dos jogos de controle - ou não se chame a isso educação.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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