quinta-feira, 12 de junho de 2014

(2014/585) Fragmentos facebookianos


I.

Somos, todos, irmãos de caminhada: estamos, todos, indo para a mesma cova. Esse aqui até pode achar que vai para um lar especial, no qual aquele ali não vai entrar, mas a única diferença que se pode de fato afirmar é que talvez esse seja posto no buraco e aquele seja cremado - o resto, tudo é vaidade...


II.

Que absurdo! Eles acreditavam que o Sol era um deus...

É. Ao menos eles o viam, né?


III.

Há um processo curioso de tradução do cristianismo em linguagem aparentemente não-religiosa. Não é uma verdadeira tradução, é mais um disfarce, se consciente, se inconsciente, não sei. A mente não muda - mudam apenas as palavras. E como o corpo faz as mesmas coisas, o fato de empregar-se nova palavra para significar o mesmo movimento do corpo tem o efeito desejado: a conservação... Talvez seja um mecanismo de defesa da mente religiosa: forçada a alterar a linguagem, altera-a de um modo que permita à mente agir como se nada houvesse mudado...


IV.

Em 2,5 minutos, você descobre que o "filósofo" é, na verdade, um cristão fazendo filosofia cristã tão liquefeita que só você conhecendo bem cristianismos e filosofias para perceber... Restaria ver, tivesse eu paciência, se ele o sabe...


V.

Se nenhum deles ofendesse ninguém, se nenhum deles ferisse verbal e moralmente ninguém, se nenhum deles estivesse nesse momento pensando em como fazer com que o outro se submeta à sua fé, se nenhum deles saísse de casa na presunção de ser portador da única religião que merece ser praticada - juro, eu estava me lixando para religiosos, porque é plenamente possível viver sem eles por perto. Mas é justamente isso que não temos: direito de viver sem eles por perto, porque, a cada instante, invadem nosso espaço, e, agora, com "pedidos" de respeito que eles mesmos não dão a ninguém a quem se dirigem montados em seu deus-doutrina...


VI.

Ter tão profundamente introjetado (alguns dos) valores que circulam em (alguns) cristianismos que se cogite implodir com sua estrutura teológica como único caminho de lhes oferecer fidelidade...


VIII.

Se eu puder fazer com que se sintam tão descontentes com o status quo, mas tão desconfortáveis que só lhes reste a opção de mudarem...?

Mas isso eu só posso fazer se eu primeiro lhes fizer infinitamente mais desconfortáveis com o que eles mesmos se tornaram no contexto desse mesmo status quo...

Impossível movê-los à mudança das coisas, se eles mesmos não mudarem a si mesmos antes.


IX.

O que fez com as informações o sujeito que aprendeu as ciências humanas aplicadas à religião: sociologia da religião, psicologia da religião, antropologia da religião, filosofia da religião, fenomenologia da religião, epistemologia (da religião), história das religiões...? O quê? Será que o sujeito acha que essas disciplinas podem ser adaptadas ao mito religioso, sem implodi-lo de forma esclarecida? Será que o sujeito acha que a sua fé, crença e doutrina permanece intacta depois de ter aprendido o que aprendeu? Meu diagnóstico é: não aprendeu. não assimilou, não aceitou: vomitou tudo. Realmente, não entendo. Ou entendo, e não gosto nada nada do que eu vejo...


X.

Há pessoas que são ruins.

Simples assim.

Sem mistérios.


XI.

Você acha que o ácaro é pequeno porque ainda não viu o tamanho da minha paciência com religiosos metidos a besta...








OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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