I. Tese:
- a experiência cerebral do religioso e a do "louco" (estritamente falando) é a mesma. Aliás, é a mesma da do cérebro de todos nós...
Nós, os "normais", conseguimos distinguir a (quase) todo instante o que é real e o que é imaginário.
O religioso transforma o imaginário em real e vive nele.
O louco vive no imaginário o tempo todo, ou nos momentos de surtos.
A diferença entre o religioso e o louco é que o religioso pode desligar o mecanismo que o engana a qualquer momento - se é religioso e não louco...
Já o louco, não.
Faz sentido, Hiran Pinel?
Faz sentido, Mary Rute Esperandio?
II. Tese:
- há religioso/religiões que emulam a estrutura da loucura, e há religiosos/religiões que conseguem afastar-se para uma zona de administração deses mecanismos psico-patológicos.
A religião que se traduz pelos mecanismos da loucura é a que impõe ao religioso viver 24 horas dentro do universo mágico-louco da religião: as religiões intimistas-subjetivas são desse tipo - a evangélica, por exemplo...
Mas há religiões de clientela. O sujeito vive a vida dele sem qualquer preocupação com o mundo da loucura religiosa, mas, de repente, alguma coisa acontece na vida dele e esse sujeito entende que precisa operar um rito qualquer, como quem toma um remédio. Ele, então, vai ao espaço religioso, opera o rito, "resolve" a situação e volta para seu mundo.
Faz sentido, Hiran Pinel?
Faz sentido, Mary Rute Esperandio?
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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