Desde dentro da confessionalidade, desde dentro de toda fundamentalidade, é possível emergir. Por pior que sejam as instituições confessionais, e algumas são, mesmo, horrorosas, campos de concentração de almas vulneráveis, mas talvez mesmo essas, e, todavia, algumas e talvez nem tão poucas assim, são suficientes para dar a quem tenha a centelha da vida e da autonomia dentro do peito a força para emergir...
Converti-me e fiz-me confessional, logo, evangelizador (de mandar mensagens evangelizadoras em cada conhecimento de frete que eu datilografava nas noites da transportadora onde trabalhava), logo, fundamentalista.
Confessional, evangelizador e fundamentalista, fui estudar em seminário confessional.
Mas dos bons...
Estudei no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil que, mesmo em suas diversas fases reacionárias (e ele passou por várias!) ainda é melhor do que não estudar nada. Claro, alguns vão e se emburrecem ainda mais. Mas qualquer um que vá e queira, encontrará as palavras de libertação...
Não é orgulho que eu sinto quanto a isso, mas é uma constatação: libertei-me lá, desde dentro da confessionalidade. Não foi em nenhum curso de História, de Filosofia, de Sociologia. Foi lá, naquele espaço confessional, que enfrentei a Teologia de dois mil anos e a venci, com a ajuda dela mesma.
Porque a Teologia de dois mil anos é uma velha senhora que não se confunde com os filhos que pariu: eles a querem mumificada, como a mãe de Norman Bates. Mas ela mesma, a senhora de mil dias, ela, não: ela deixa, carinhosamente, irem embora os seus filhos rebeldes, e ela espera que eles retornem, um dia, para libertá-la, como ela fez com eles...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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