Jacó e José, dois judeus.
Um, segue Jesus onde quer que ele vá. O outro, não.
Você é burro - ele é o messias...
Ah, tá, e eu sou a rainha de Sabá...
E foi assim.
Um dia, matam Jesus na cruz.
José está terrificado...
Jacó vai lá.
_ É, esse seu messias era um messias de araque, um maldito, como diz a Lei: maldito o homem que for pendurado no madeiro...
Golpe terrível.
José vai para casa tristíssimo. Como seu messias pode ser messias se é maldito?, se foi pendurado no madeiro? Jacó está certo? Em vez de messias, Jesus era um maldito? Mas, se era maldito, como pode ser, ao mesmo tempo, Messias?
E, então, nesse jogo psicológico de tradições antigas, um estalo: Isaías. Maldito pelas nossas transgressões...
José vai a Jacó. O que disse que ele era? Maldito. Sim, você está certo. Bem, se eu estou certo, ele não pode ser messias, porque é maldito. Engano seu - ele é maldito, porque assumiu nossas transgressões: como Cordeiro, deu-se em nosso lugar.
Daí, para Paulo, um pulo. Não sei se foi Paulo a fazer isso, se ele recebeu pronto. Seja como for, a cruz transformou-se em altar e o nazareno em cordeiro no front da batalha judaica...
Teologia e cultura.
Você até pode separar.
Mas também isso é cultural...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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