segunda-feira, 8 de agosto de 2011

(2011/472) Agências de rating sob fogo cerrado...


1. Desde que assisti ao magistral Inside Job que só de ouvir falar em agência de rating me dá urticária. Depois que uma delas abaixou o nível de recomendação dos títulos dos Estados Unidos, começaram os ataques públicos a elas - vindo, dessa vez, de governos. Já li de Dilma e do governo Português. Virão mais ataques...

2. Bem-feito!

3. Mas fico aqui com uma dúvida: no fundo, não passam de um elo da corrente. Meu medo é que elas sejam eleitas para judas, a sociedade "malhe" seu fantoche de Aleluia e se finja que está tudo bem, tudo resolvido, porque as vilãs foram "contidas"...

4. Vilãs? Decerto, como os matadores de aluguel... Mas, cá entre nós, e os mandantes? Meu medo é que os capangas sejam denunciados, o coronel de fazenda fique faceiro e livre, pois, depois de amanhã, ele trata de arrumar outra forma de fazer o mesmo...

5. E hoje de tarde eu ouvi, em alto e bom som, que, depois da Queda do Muro de Berlim, ninguém mais crê em revolução. Estamos ferrados, então... Literalmente, nós, cavalos e mulas de puxar a carroça dos donos do dinheiro do mundo... E satisfeitos - eis a tragédia!

6. Agência de rating... ponta de um iceberg que vai até o fundo da sociedade capitalista do século XX, prova de que se pode ser aristocrata de meia-tigela numa sociedade livre de também meia-tigela - desde que as palavras não valham mais o conteúdo que comportam... Desde que os homens não valham mais do que as palavras sem valor que solfejam... Não vê aqueles professores de ilustríssimas Faculdades anglo-saxônicas que recebiam algumas dezenas de milhares de dólares por artigos acadêmicos sobre aspectos relevantes da economia? O quê? Você não assistiu ainda a Inside Job? E está esperando o quê?



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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