1. Não falo da "literatura" - falo da leitura que toma o texto como discurso e comunicação, como fala situada, intencional, engajada. Falo, pois, de exegese, e, de mais a mais, de textos feitos para isso (poesia, enquanto arte, enquanto estética, desde a gênese, não se presta à exegese, conquanto textos performativos, políticos, pois, ainda que em "estilo" poético, sim: são, antes, como nuvens, a cujo gosto dos olhos se pode aplicar a imagem do que quer que se queira, incontestavelmente - a fala, não!).
2. Digo, pois, que ler é pôr-se no centro da teia em que o discurso se estabeleceu, teia essa que "representa", em sentido diltheyano de "objetivação", o mundo à volta do que fala - e, por isso, escreve. Para escrever, o sujeito, a sua mente, carregada de sua intencionalidade genética, postou-se no centro do seu mundo, e construiu, ao redor de si, a teia de relações, de referências, de apontamentos, de juízos, de controles. Cada personagem, palavra, idéia, ação, do discurso, é controlado desde o centro, as pernas da aranha-escritor controlando-os por meio dos fios da teia narrativa.
3. Não há pluralidade de fato numa narrativa - há um discurso, uma única fala, articulada por meio da manipulação aracnídea e ventríloqua, operada deasde o centro de gravidade da trama.
4. O leitor há de se pôr ali, no centro, no lugar da aranha, e há de reproduzir a teia, e há de perceber como cada elemento da cena é comandada desde esse centro inexorável - exegeticamente falando.
5. Sim, a teia só é controlada absolutametne desde o seu centro na dimensão da recuperação de seu evento histórico, de sua discursividade engajada e situada, nos termos metodológico de a pôr tal qual lá e então. A aproximação estética - ou política - dessa teia, dessa narrativa, isto é, uma leitura com base na própria teia do leitor, desconstrói a trama, e, com ela, seu centro. Perdido o centro, perde-se a teia, e, com ela, tudo. Ganha-se em plasticidade (estética, política), perde-se em historicidade (heurística).
6. O que e estou dizendo não é diferente do que Schleiermacher dizia. Só é mais - tem, além de Schleiermacher, Dilthey. Para mim, a leitura histórico-social, se não passa por aí, não é leitura histórico-social, por mais que lhe carregue o nome, e, se o é, conquanto goste das cores da bandeira de Gadamer, não tem nada de gadameriano, em que pese o constrangimnto de ultrapassar um grande ícone...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2. Digo, pois, que ler é pôr-se no centro da teia em que o discurso se estabeleceu, teia essa que "representa", em sentido diltheyano de "objetivação", o mundo à volta do que fala - e, por isso, escreve. Para escrever, o sujeito, a sua mente, carregada de sua intencionalidade genética, postou-se no centro do seu mundo, e construiu, ao redor de si, a teia de relações, de referências, de apontamentos, de juízos, de controles. Cada personagem, palavra, idéia, ação, do discurso, é controlado desde o centro, as pernas da aranha-escritor controlando-os por meio dos fios da teia narrativa.
3. Não há pluralidade de fato numa narrativa - há um discurso, uma única fala, articulada por meio da manipulação aracnídea e ventríloqua, operada deasde o centro de gravidade da trama.
4. O leitor há de se pôr ali, no centro, no lugar da aranha, e há de reproduzir a teia, e há de perceber como cada elemento da cena é comandada desde esse centro inexorável - exegeticamente falando.
5. Sim, a teia só é controlada absolutametne desde o seu centro na dimensão da recuperação de seu evento histórico, de sua discursividade engajada e situada, nos termos metodológico de a pôr tal qual lá e então. A aproximação estética - ou política - dessa teia, dessa narrativa, isto é, uma leitura com base na própria teia do leitor, desconstrói a trama, e, com ela, seu centro. Perdido o centro, perde-se a teia, e, com ela, tudo. Ganha-se em plasticidade (estética, política), perde-se em historicidade (heurística).
6. O que e estou dizendo não é diferente do que Schleiermacher dizia. Só é mais - tem, além de Schleiermacher, Dilthey. Para mim, a leitura histórico-social, se não passa por aí, não é leitura histórico-social, por mais que lhe carregue o nome, e, se o é, conquanto goste das cores da bandeira de Gadamer, não tem nada de gadameriano, em que pese o constrangimnto de ultrapassar um grande ícone...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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