1. Quando não é vespa "vampirizando" barata zumbi, é "casal" de pingüins "gays" chocando ovo alheio e criando, como seu, o pingüinzinho recém-nascido. Não chama a nossa atenção apenas o fato de que o casal de pingüins - dois machos - estejam vivendo como "casal" há cerca de dez anos - mais tempo do que muito casal heterossexual entre nós, humanos, e mais até do que muito casal "cristão"! Chama, ainda, a nossa atenção o fato de que os dois cuidam do bebê pingüim como se ele fosse seu, mas também que o façam como se fossem, eles, um "casal"... "normal".
2. A matéria encontra-se no site da BBC - Brasil, com direito a vídeo e tudo - inclusive em "momentos muito íntimos... Z e Vielpunkt, os dois pingüins, vivem no zoológico de Bremerhaven, no norte da Alemanha. Os veterinários do zoológico puseram um ovo de pingüim abandonado pelo casal original, depois que viram o casal de pingüins gays tentando - coitadinhos! - chocar uma... pedra! E não é que deu certo? Há seis semanas, já, que a nova família ensaia os passos nessa... digamos... evolução: "segundo o zoológico, o casal parece feliz criando o filhote".
3. São muitíssimo interessantes os casos de "homossexualidade" entre os animais - e a matéria declara ser um fato comum na natureza. No zoológico de Harbin, no norte da China, por exemplo, outro "casal" de pingüins gays chegava a tentar roubar ovos de casais naturais para os tentar chocar (cf. aqui e aqui). Entre os seres-humanos, em face da polêmica, principalmente por conta da ótica ("ótica", mesmo, não "ética") teológica cristã, discute-se o "estatuto" da condição homossexual: "escolha", "doença", "demônios"...? Há de tudo um pouco. Faz assim: identifique a posição ideológica do "teólogo", e saberá, de antemão, o que ele dirá sobre o assunto, quando inquirido. Deve haver exceções - como em tudo.
4. O que me intriga, contudo, é que será possível falar de "opção", no caso dos pingüins? Será possível imaginar que um dia, há dez anos, Z acordou entediado, a Alemanha é fria e protestante, há lá aqueles grupos neo-nazistas, como cá os há, e, então, dizia eu, entediado, ou, quem sabe, só para provocar cristãos e neo-nazistas, ele se achega a Vielpunkt e lhe propõe uma parceria, digamos, programática...? Ou, a contrário, há alguma coisa "dentro" de Z e/ou de Vielpunkt que o(s) torna "programados" para a atração homosexxual? Não falo de "doença", mas de uma "disfunção" qualquer, de caráter biológico, químico, hormonal, fisiológico - psicológico?
5. É recomendável, sumamente recomendável, que a Teologia tenha "cuidado" ao lidar com a questão. Depois de ter-se arvorado em legitimar tanta "opressão cultural" - escravagismo de todo tipo, misoginia de toda cor, racismo de todo tamanho (não se vá esquecer das excessões!, poucas, isoladas, mas, nem por isso menos - e, talvez até por isso ainda mais -, meritosas), a Teologia deveria aproximar-se com mais cuidado e responsabilidade do campo da homossexualidade - sem as citações literalistas e anacrônicas de antigos preceitos culturais, sempre seletivamente sacados, esse, sim, vale, esse, não, não vale mais, ou seja, seletivismo de interesse.
6. Talvez a Teologia devesse, primeiro, "estudar" - e não nas suas bulas teológico-excomungatórias - o fenômeno. Depois, sim, quem sabe, se for o caso, pronunciar-se. Isto é, isto se os diretamente interessados têm algum interesse na opinião da Teologia, porque, se for constatado tratar-se de "disfunção físio-bio-químico-hormonal", não há o "dignóstico" de ser recebido como um "fato" teológico, e, por outro lado, se for constatado como meramente um risco crítico da rotina genético-biológica de diferenciação sexual das espécies sexuadas, aí mesmo é que será bastante lamentável o papel que vem fazendo a Teologia durante esse longo tempo, principlamente o atual.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Um comentário:
Oi Osvaldo...
No livro "Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor"
diz-se que o homossesualismo aconteceria devido a descargas hormonais durante os primeiros meses de gravidez.
Tais descargas seriam causadas por situações stressantes da grávida.
Seria assim: feto masculino com descarga de hormônio feminino pode tornar-se homossexual...
Tudo bem, talvez a fonte citada não seja das mais confiáveis, mas penso que a tese deva ser levada em conta...
Robson Guerra
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