1. Não é do feitio de Peroratio, mas abrirei uma exceção. Eu mesmo já havia escrito alguma coisa, ligeira, a respeito. Agora, trascrevo matéria do blog do Luis Nassif a respeito do "caso" - todas as minhas apostas são para o adjetivo "fraudulento" - da ficha do DOPS da Ministra Dilma Rousseff, publicado em primeira página pela Folha (Falha?) de São Paulo e declarado falso tanto pela Ministra quanto pelo próprio chefe de documentação dos arquivos do DOPS. A Folha alega, ah, tão incoente ela, coitada!, que achava que era verdadeira, mesmo tendo-a recebido por e-mail!, e de um site de defesa dos "valores" do regime militar... Com vocês: "Dilma e o mistério da máquina elétrica.
2. Para a Ministra-Chefe da Casa Civil, ainda não terminou o factóide da Folha, sobre sua suposta participação no suposto plano de sequestro do Ministro Delfim Netto. A resposta do jornal - dizendo que não poderia assegurar nem a veracidade nem a falsidade da ficha - deixou a bola quicando na área para a Ministra.
3. No semi-desmentido sobre a ficha, a Folha fala em uma "ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada - bem como não pode ser descartada".
4. Não é verdade. A Folha sabia que a ficha era falsa. Se não sabia quando soltou a matéria, certamente foi informada quando escreveu o semidesmentido, pelo responsável pelos arquivos do DOPS, da mesma maneira que ele próprio explicou para Dilma, quando ela o procurou.
5. A tal ficha tinha sido preenchida por algum sistema em que as letras não têm diferenças entre si - diferente do que acontece com qualquer texto escrito em máquinas de escrever comuns. Logo, só poderia ter saído de um computador ou de uma máquina elétrica. Em 1970 não existia nem um, nem outro. Logo, não poderia haver nenhuma dúvida sobre a falsificação da ficha.
6. Não foi o único fato comprometedor nessa sucessão de manipulações daquele que provavelmente é o mais grave episódio a comprometer a imagem do jornal nos últimos anos.
7. Dilma aceitou dar um depoimento para a repórter Fernanda Odilla a pedido do diretor da sucursal da Folha em Brasília, Melchiades Filho.
8. Na entrevista, foi taxativa em garantir que jamais participara de uma ação armada sequer. - Sou uma pessoa bastante desinteressante para gerar matérias sobre o período, diz Dilma, porque jamais cometi ação armada, não fui julgada nem interrogada sobre isso.
9. Dilma era do Colina (Comando de Libertação Nacional). Houve uma aproximação com outro grupo, o VPR, resultando daí o VAR-Palmares. O namoro durou três meses apenas. Acabou por diferenças irreconciliáveis acerca das estratégias a serem adotadas. O Colina defendia a linha de massa; o VAR, a luta armada. O Colina não descartava a resistência ou mesmo a guerrilha futura, mas, naquele momento, não via as mínimas condições para isso. Houve bate-bocas memoráveis, em que o VAR acusava o Colina de ser “de direita”. Esse racha foi exposto por Dilma à repórter da Folha.
10. Foi um período foi muito curto, antes dos dois grupos serem desbaratados pela repressão. Em novembro de 1969, Antonio Roberto Espinosa - principal fonte da matéria -, do VAR, foi preso. Em janeiro, foi a vez de Dilma ser presa.
11. Para Dilma, o tal plano de sequestro de Delfim provavelmente era uma ideia pessoal de Espinosa, mas que, se existiu, nunca ganhou forma.
12. Sua primeira leitura da matéria, foi no Clipping do governo. Por isso não reparou na ficha propriamente dita, que saiu apenas no jornal impresso. Embaixo, a informação de que tinha sido obtida no DOPS. Para Dilma seria impossível que o DOPS tivesse forjado uma ficha com informações falsas. Em 1970, a luta armada estava completamente derrotada, os militantes já estavam presos, não havia necessidade de inventar fichas para ninguém.
13. Quando viu a ficha no jornal impresso, Dilma deu-se conta do absurdo. A tal ficha já circulava em sites na Internet, como o Ternuma e o Coturno Soturno. Imediatamente ligou para Melchiades, informando-o das suas suspeitas. Ele reiterou que a fonte eram os arquivos do DOPS. Dilma pediu que lhe enviasse o original. Não obteve resposta.
14. Dois dias depois, Dilma entrou em contato com o responsável pelos arquivos do DOPS e pediu para ver a ficha original. O responsável pelo arquivo foi taxativo. Disse que não só não tinha essa ficha por lá como desconfiava que era falsa, por uma razão óbvia: a tal ficha tinha sido preenchida por algum sistema em que as letras não tinham diferenças entre si - como acontece com qualquer texto escrito em máquinas de escrever manuais. Logo, só podia ter saído de um computador ou de uma máquina elétrica. Em 1970 não existia nem um, nem outro.
2. Para a Ministra-Chefe da Casa Civil, ainda não terminou o factóide da Folha, sobre sua suposta participação no suposto plano de sequestro do Ministro Delfim Netto. A resposta do jornal - dizendo que não poderia assegurar nem a veracidade nem a falsidade da ficha - deixou a bola quicando na área para a Ministra.
3. No semi-desmentido sobre a ficha, a Folha fala em uma "ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada - bem como não pode ser descartada".
4. Não é verdade. A Folha sabia que a ficha era falsa. Se não sabia quando soltou a matéria, certamente foi informada quando escreveu o semidesmentido, pelo responsável pelos arquivos do DOPS, da mesma maneira que ele próprio explicou para Dilma, quando ela o procurou.
5. A tal ficha tinha sido preenchida por algum sistema em que as letras não têm diferenças entre si - diferente do que acontece com qualquer texto escrito em máquinas de escrever comuns. Logo, só poderia ter saído de um computador ou de uma máquina elétrica. Em 1970 não existia nem um, nem outro. Logo, não poderia haver nenhuma dúvida sobre a falsificação da ficha.
6. Não foi o único fato comprometedor nessa sucessão de manipulações daquele que provavelmente é o mais grave episódio a comprometer a imagem do jornal nos últimos anos.
7. Dilma aceitou dar um depoimento para a repórter Fernanda Odilla a pedido do diretor da sucursal da Folha em Brasília, Melchiades Filho.
8. Na entrevista, foi taxativa em garantir que jamais participara de uma ação armada sequer. - Sou uma pessoa bastante desinteressante para gerar matérias sobre o período, diz Dilma, porque jamais cometi ação armada, não fui julgada nem interrogada sobre isso.
9. Dilma era do Colina (Comando de Libertação Nacional). Houve uma aproximação com outro grupo, o VPR, resultando daí o VAR-Palmares. O namoro durou três meses apenas. Acabou por diferenças irreconciliáveis acerca das estratégias a serem adotadas. O Colina defendia a linha de massa; o VAR, a luta armada. O Colina não descartava a resistência ou mesmo a guerrilha futura, mas, naquele momento, não via as mínimas condições para isso. Houve bate-bocas memoráveis, em que o VAR acusava o Colina de ser “de direita”. Esse racha foi exposto por Dilma à repórter da Folha.
10. Foi um período foi muito curto, antes dos dois grupos serem desbaratados pela repressão. Em novembro de 1969, Antonio Roberto Espinosa - principal fonte da matéria -, do VAR, foi preso. Em janeiro, foi a vez de Dilma ser presa.
11. Para Dilma, o tal plano de sequestro de Delfim provavelmente era uma ideia pessoal de Espinosa, mas que, se existiu, nunca ganhou forma.
12. Sua primeira leitura da matéria, foi no Clipping do governo. Por isso não reparou na ficha propriamente dita, que saiu apenas no jornal impresso. Embaixo, a informação de que tinha sido obtida no DOPS. Para Dilma seria impossível que o DOPS tivesse forjado uma ficha com informações falsas. Em 1970, a luta armada estava completamente derrotada, os militantes já estavam presos, não havia necessidade de inventar fichas para ninguém.
13. Quando viu a ficha no jornal impresso, Dilma deu-se conta do absurdo. A tal ficha já circulava em sites na Internet, como o Ternuma e o Coturno Soturno. Imediatamente ligou para Melchiades, informando-o das suas suspeitas. Ele reiterou que a fonte eram os arquivos do DOPS. Dilma pediu que lhe enviasse o original. Não obteve resposta.
14. Dois dias depois, Dilma entrou em contato com o responsável pelos arquivos do DOPS e pediu para ver a ficha original. O responsável pelo arquivo foi taxativo. Disse que não só não tinha essa ficha por lá como desconfiava que era falsa, por uma razão óbvia: a tal ficha tinha sido preenchida por algum sistema em que as letras não tinham diferenças entre si - como acontece com qualquer texto escrito em máquinas de escrever manuais. Logo, só podia ter saído de um computador ou de uma máquina elétrica. Em 1970 não existia nem um, nem outro.
15. A reação de Dilma foi mandar carta para o ombudsman da Folha (clique aqui para ler a carta de Dilma ao Ombudsmann da Folha - blog do Nassif), relatando toda sua trajetória e relacionando 16 pontos de inconsistência na matéria. Ele não reproduziu a carta, limitando-se a publicar uma pequena nota, dizendo que a Folha deveria checar melhor as fontes.
16. Agora, Dilma contratou a UnB e a Universidade de São Paulo para produzir novos laudos. Com eles, pretende desmascarar completamente a tese da Folha, de que não seria possível assegurar que a ficha seja falsa".
17. Ah, essa eu vou acapanhar de bem perto. Minhas apostas? Naturalmente que não tenho como afirmar, não sou periro, não elaboro laudos periciais, mas um bom Lourenço Valla demonstraria tranqüilamente, minha hipótese, que não só a Folha (Falha?) sabe que foi fraude, como sabia. Esperemos pelos laudos.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
PS1. "Nem o Ombudsmann da Folha agüenta a Folha". Ou: "mas e se a própria Folha for a responsável?".
16. Agora, Dilma contratou a UnB e a Universidade de São Paulo para produzir novos laudos. Com eles, pretende desmascarar completamente a tese da Folha, de que não seria possível assegurar que a ficha seja falsa".
17. Ah, essa eu vou acapanhar de bem perto. Minhas apostas? Naturalmente que não tenho como afirmar, não sou periro, não elaboro laudos periciais, mas um bom Lourenço Valla demonstraria tranqüilamente, minha hipótese, que não só a Folha (Falha?) sabe que foi fraude, como sabia. Esperemos pelos laudos.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
PS1. "Nem o Ombudsmann da Folha agüenta a Folha". Ou: "mas e se a própria Folha for a responsável?".
2 comentários:
Não acredito no câncer da Dilma, é muito conveniente para a próxima candidata à presidencia, aparecer com um câncer fatal, se mostrando forte e em grande destaque na mídia, principalmente no Globo e comitivas.
Essa história, pra mim, é uma tentativa de atrair compaixão da população. Só acredito nessa história se ela morrer, aí eu acredito.
Guilherme, então vamos torcer para que você só acredite, digamos, daqui a uns cinqüenta anos, não?
Mas é sempre boa a suspeita crítica. Sempre boa. Só penso que sua teoria levaria em conta estarem vendidos todos os respeitadíssimos especialistas do hospital responsável pela coletiva de imprensa, não? Eles, e sua credibilidade pública, afiançam o dignóstico. Mentiram também? Sempre é possível.
Insisto: tomara que só haja razões para você crer dentro de meio século!
Um abraço,
Osvaldo.
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