1. Ah, o fascínio dos números. Não são, universalmente, o que de mais perto podemos chegar do mundo dos deuses? Pitágoras não os considerava praticamente seres divinos? Não era deles que era feito o mundo? Mesmo as notas musicais não eram - e são - relação entre números? (cf. Louis Rougier, A Religião Astral dos Pitagóricos. São Paulo: IBRASA, 1990, p. 33-35).
2. Até hoje, nós, homens e mulheres modernos, não nos vemos à volta com a atração mágica dos números? Auspiciosos, dizemos, às vezes. Outras vezes, portadores de más influências... Superstições, claro, mas que habitam a alma, o fundo do poço das almas, das nossas almas. Não? Está bem, é só sacudir a cabeça e a miragem se vai - mas, eis o que importa, por que elas continuam a vir, depois de as mandarmos embora, descrentes delas? É como se o preço que eles cobrassem pela inteligibilidade arquetitônica do mundo fosse a nossa eterna assombração mágica, porque é como se eles transbordassem de nós, como fantasmas, e nos assustassem...
3. Eis minha miragem atual. 2009 / 2 + 0 + 0 + 9 = 11 / 1 + 1 = 2. Em 2009, faço 44 anos. Em 2009, faço 22 anos de casado. 2 x 22 = 44. Ou 2009 será um ano de perfeição absoluta para meu casamento, ou será o contrário... Algo assim como aquele "retângulo de ouro", uma certa relação perfeita entre altura e largura (cf. Número Áureo Phi [parte 1] e [parte 2]) ... Sim, sim, no espectro de minha existência consciente e histórica, isso não significa nada, absolutamente nada. Mas não é revelador - seja lá do que - que os números nos aprontem essas brincadeiras? E que, para além das assombrações de nosso espírito, eles estejam presentes no coração na matéria e da vida?
4. Mais do que isso - não nasceu no meio também do judaísmo uma tradição numerológica muito íntima da cabala? Sim, nasceu, e estava relacionada à mesma fantasia mística e mítica dos números como abstração do mundo, e, em contexto judaico, como letras, através das quais "Deus" escrevia sua mensagem particular...
5. Nasci num dia 22. Não importa se faz sentido ou não essa brincadeira de números. Certamente há centenas ou milhares de pessoas que, em 2009, farão 44 anos, tendo nascido em qualquer dia 22, e - mas isso só se o calendário usado for o gregoriano!, ou seja, chineses, judeus, persas, paquistaneses, indianos, dentre outros, estão fora... -, até, em 22 de fevereiro ou de abril, o que traria mais um dois ou um quatro para a brincadeira. Num universo de seis bilhões de pessoas, os números se tornam repetitivos, as histórias, iguais, o mistério, trivial. Ou seja, para brincarmos com números desse modo, só trancando-nos em nossos quartos, e cuidando sermos o centro do Universo, e, alguma coisa entre místicos e neuróticos, perguntarmo-nos pelo que Deus estaria querendo dizer para nós com essa aritmética numerológica...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2. Até hoje, nós, homens e mulheres modernos, não nos vemos à volta com a atração mágica dos números? Auspiciosos, dizemos, às vezes. Outras vezes, portadores de más influências... Superstições, claro, mas que habitam a alma, o fundo do poço das almas, das nossas almas. Não? Está bem, é só sacudir a cabeça e a miragem se vai - mas, eis o que importa, por que elas continuam a vir, depois de as mandarmos embora, descrentes delas? É como se o preço que eles cobrassem pela inteligibilidade arquetitônica do mundo fosse a nossa eterna assombração mágica, porque é como se eles transbordassem de nós, como fantasmas, e nos assustassem...
3. Eis minha miragem atual. 2009 / 2 + 0 + 0 + 9 = 11 / 1 + 1 = 2. Em 2009, faço 44 anos. Em 2009, faço 22 anos de casado. 2 x 22 = 44. Ou 2009 será um ano de perfeição absoluta para meu casamento, ou será o contrário... Algo assim como aquele "retângulo de ouro", uma certa relação perfeita entre altura e largura (cf. Número Áureo Phi [parte 1] e [parte 2]) ... Sim, sim, no espectro de minha existência consciente e histórica, isso não significa nada, absolutamente nada. Mas não é revelador - seja lá do que - que os números nos aprontem essas brincadeiras? E que, para além das assombrações de nosso espírito, eles estejam presentes no coração na matéria e da vida?
4. Mais do que isso - não nasceu no meio também do judaísmo uma tradição numerológica muito íntima da cabala? Sim, nasceu, e estava relacionada à mesma fantasia mística e mítica dos números como abstração do mundo, e, em contexto judaico, como letras, através das quais "Deus" escrevia sua mensagem particular...
5. Nasci num dia 22. Não importa se faz sentido ou não essa brincadeira de números. Certamente há centenas ou milhares de pessoas que, em 2009, farão 44 anos, tendo nascido em qualquer dia 22, e - mas isso só se o calendário usado for o gregoriano!, ou seja, chineses, judeus, persas, paquistaneses, indianos, dentre outros, estão fora... -, até, em 22 de fevereiro ou de abril, o que traria mais um dois ou um quatro para a brincadeira. Num universo de seis bilhões de pessoas, os números se tornam repetitivos, as histórias, iguais, o mistério, trivial. Ou seja, para brincarmos com números desse modo, só trancando-nos em nossos quartos, e cuidando sermos o centro do Universo, e, alguma coisa entre místicos e neuróticos, perguntarmo-nos pelo que Deus estaria querendo dizer para nós com essa aritmética numerológica...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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