domingo, 8 de março de 2009

(2009/070) Sobre educação e capitalismo


1. Em todos os sentidos, a educação de uma sociedade é função exclusiva dessa mesma sociedade. A educação é um valor extremamente relevante, talvez o mais importante bem e valor de uma nação.

2. Por isso, vou chegando à conclusão de que, sob nenhuma hipótese, a educação poderia ter-se tornardo, como se tornou, negócio. Não se poderia ter deixado, sob nenhuma hipótese, que a educação se tornasse mercadoria. Com isso quero dizer que a sociedade não poderia ter permitido que o capital privado fizesse girar a roda da educação. A sociedade, através do Estado, deveria ser a única gestora do sistema. Professores não podiam ser pagos por capital privado. Alunos não deveriam pagar pela educação que recebem. Toda a educação deveria ser pública, universal e gratuita.

3. Naturalmente que essa é uma visão que não se processa a partir do que se tem, hoje, como educação pública. Seja como for, há exemplos bons e relevantes de educação pública no país. Paralelamente à minha visão, dever-se-ia considerar imperativo o re-direcionamento de recursos sumamente suficientes para a transformação do sistema educacional brasileiro, elevando-o à condição de excelência.

4. Sou um bobo, eu sei. Pobres e ricos hão de rir de mim, rindo de mim por conta do que escrevi. Mas escrevi e não apago. O capital não tem o direito de decidir os valores da educação, alguns dos quais constituem verdadeiros contra-valores. Quando uma sociedade perde o zelo por si mesma, perde o brio, perde o amor-próprio, vende-se por qualquer valor, a primeira coisa que faz é desprezar a educação.

5. Não há valor outro onde o dinheiro é o valor. Onde a contabilidade faz rodar a roda da fortuna, a grade curricular range sob o peso do lucro e o gemido de um povo.


OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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