sexta-feira, 6 de março de 2020

(2020/015) Sobre o deus ocidental e suas duas faces

Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Esse ditado vale para o deus ocidental. Ao menos nos termos do que efetivamente acontece entre os e a partir dos seguidores do deus ocidental.

Se olharmos para a história ocidental como uma história, e desconsiderarmos que diferentes atores instrumentalizam diferentes representações do mesmo deus ocidental, então se dá a curiosa situação e que as mais terríveis desgraças aconteceram por mando do deus ocidental, ao mesmo tempo em que o deus ocidental elaborava as mais avançadas teses de Direitos Humanos.

De um lado, as desgraças ocidentais - todas - são de responsabilidade direta do deus ocidental: escravidão, misoginia, homofobia, capitalismo, "ordem" social, essas coisas. De outro lado, o progresso social das teses dos direitos humanos também se consolidou às custas de sua retórica fundamentação dos valores éticos do deus ocidental.

A conta não fecha. 

Nos termos de uma caricatura, o deus ocidental mata, e diz para não matar; oprime a mulher e diz que homens e mulheres são plenos de dignidade. assassina gays e diz que todos os pecadores devem ser perdoados. Ou seja, faça o que eu digo, mas - por favor! - não faça o que eu faço.






OSVALDO LUIZ RIBEIRO

Um comentário:

Tetê Caldas disse...

Bom Dia Professor Osvaldo. Penso que a instrumentalização de deus está imbricada a um grande desejo de poder e controle, como um escudo usado para manipular, ou seja, não sou eu quem desejo mandar, manobrar, manipular, tripudiar, pintar e bordar sobre o outro, mas "deus", logo o instrumentalizador é a própria "divindade".O que acha de escrever sobre?

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Sobre ombros de gigantes


 

Arquivos de Peroratio