O pai abre o caderno da filha e lê: Cu. Fica horrorizado. Minha filha, por que está escrevendo cu no caderno, menina? A menina, assustada, reage: não escrevi isso, pai. O pai, treinado na coisa de fazer filha confessar, mostra o crime: aqui, ó, e mostra a folha escrita. Cu, ele repete. Está escrito cu.
A menina não sabe se ri ou se engole o riso, para não piorar o estado de espírito do pai. Não, pai, não é isso. Como não? Está aqui: cu. Não, pai, ela insiste, não é. É Cê u. Cê u é cu, Germana! Não, pai, cê u é o símbolo químico do cobre: Cu...
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... é o símbolo químico do cobre: Cu, respondeu Germana, com um sorriso. Quando deu por si, já era tarde: recebeu violento tapão ao pé do ouvido e estatelou-se no chão. Ela não sabia que o autor está morto e o leitor lê o texto como o texto suficientemente deixa claro... Sem contar que ele é o pai e nesse mundo vale a autoridade...
Essa autora não chegou literalmente a morrer, mas foi quase...
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Bem, é uma piada. Mas a cena explica bem o problema entre intenção do autor e leitura sem considerar-se o autor. É auto-explicativa a situação, não? Ainda que seja uma caricatura, tire-se o autor e você poderá fazer com o texto o que quiser...
Bem, é uma piada. Mas a cena explica bem o problema entre intenção do autor e leitura sem considerar-se o autor. É auto-explicativa a situação, não? Ainda que seja uma caricatura, tire-se o autor e você poderá fazer com o texto o que quiser...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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