Todas as evidências bíblicas, históricas e arqueológicas apontam para uma conclusão curiosa: o deus que judeus e israelitas passaram a adorar como deus principal (já que eram politeístas desde sempre) não era um deus abraâmico nem israelita.
Os abraamitas, povos do sul da "terra de Israel", eram adoradores de 'El-Shadday, que não era Yahweh. Só passaram adorá-lo depois do cativeiro babilônico, ao menos na condição de Yahweh como 'El-Shadday, identificação forçada pelo templo.
Israel, como o próprio nome diz, originalmente adorava 'El, deus cananeu, chefe do panteão dos deuses, pai de Baal. Em algum momento entre os séculos XI e IX, passaram a ter Yahweh como deus principal, e Israel acabou a se fundir com 'El.
De onde então ele saiu? Tudo indica que da região do extremo sul da Palestina - região de Edom, Amaleque, Midiã. Em Israel, isto é, ao norte, Yahweh entrou ou levado por um grupo de escravos fugidos do Egito ou por meio de casamento entre a dinastia de Edom e a de Samaria, já que sabemos que no século IX ele era adorado tanto em Samaria quanto em Temã. Já em "Judá" Yahweh deve ter entrado levado pela tribo pré-árabe de Judá, já que Judah, tudo indica, era um povo não-judeu da região de Midiã. Recorde-se que onde Judá, a tribo pré-árabe entra, lá estão os abraamitas desde pelo menos o século XIII. A tribo, que leva o nome de Yahweh em seu nome, deve ter levado Yahweh para "Judá".
Curiosa história essa...
Um deus estrangeiro, entra em território estrangeiro, toma essa terra para si e, daqui a pouco, odiará estrangeiros...
O que não faz a religião na cabeça da gente...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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