quinta-feira, 19 de junho de 2014

(2014/633) É Bel que não me deixa ser budista...

Quando eu morrer, serei budista.
Nada mais me afetará,
nada mais desejarei,
serei tábua, pedra, limo.
Até lá, serei olho e boca,
desejo, vontade, necessidade.
Até lá serei bactéria heterotrófica,
bacilo onívoro, planta carnívora...
Até lá, serei buraco negro,
desejo, necessidade, vontade.
Quando eu morrer,
aí, sim,
serei budista...







OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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