Ontem, "aprendi" uma coisa interessante...
"Aprendi" que, quando se trata de ler um texto, o autor não interessa. Não serve como argumento para o sentido do texto. O texto, sozinho, se basta. Mas quando alguém inclui, anos depois, uma linha, ou mesmo dez, a esse texto, essa linha e esse texto deve ser entendido como a intenção desse alguém de fazer o seu acréscimo concordar com aquele texto...
Faz sentido para você?
Para mim, não.
Se eu trabalho pela intenção do autor, em todas as circunstâncias, então temos aí uma questão: o sujeito que está interferindo fisicamente no texto, acrescentando a ele o que ele não tinha, está intencionalmente concordando com ele, criticando-o, alinhando-se, cooptando, superando...?
Agora, se toda a minha metodologia e teoria se dá no campo da negação da utilidade teórica e metodológica do autor, que, na prática, desaparece, por que caminhos mágicos ele passa a ter relevância no caso de um acréscimo a um texto?
Não faz sentido...
No fundo, a consciência de que textos foram manipulados, aumentados, acrescidos, é já em si um soco no estômago da teoria de que um texto se basta a si mesmo e, a despeito da contradição teórica a que se mete quem faça o autor reaparecer, depois tanto tempo tornado uma ilusão apenas revela que ele sempre está lá, conquanto nunca confessado...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Um comentário:
Perdoe-me, mas isso tem um nome, iletramento e apelo ao senso comum. É simplesmente tornear toda a discussão sobre o assunto. Na base do grito do senso comum vc diz o que quiser, mas isso não tem relevância em caso de seriedade.
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