sexta-feira, 23 de maio de 2014

(2014/490) No mito dos outros é refresco


O problema da superação do mito cristão não é um problema filosófico, epistemológico, lógico, racional... É um problema da vaidade humana. Essa vaidade humana pode disfarçar-se de qualquer coisa, e aparecer como qualquer coisa, mas, no fundo e ao cabo, é o que é: vaidade...

Veja que o que se deve fazer com o mito cristão - considerá-lo mito e pronto - o mais radical dos fundamentalistas e o mais saltitante dos filósofos racionalizadores do fundamentalismo em líquidas aporias filosóficas, bem, todo crente já fez o que deveria fazer com seu próprio mito, mas apenas com os demais...

Não lhe doeu fazer isso com os deuses de ninguém. De ninguém. Seja quem for, ele já transformou seus mitos em:

a) uma pálida ancestralidade ainda idiotizada e burra da forma completa do mito perfeito - o dele, cristão (no caso dos inclusivistas);

b) nada e coisa alguma, no caso dos crentes filósofos, seguidores do Dêutero Isaías;

c) em diabos, também no caso dos seguidores daquele profeta dementizado.

Ou seja, todos os outros mitos já foram tratados como mitos, menos o dele.

O nome disso é vaidade, presunção, arrogância, por mais que eu possa disfarçar a coisa, considerando-a uma "busca honesta pela saída honrosa", a tentativa de resolver problemas lógicos, o esforço de superação de contradições etc.

Ora, não gastamos dois segundos quanto a isso em relação aos mitos dos outros.

Um bom banho de humildade e resignação, um bom banho de maturidade resolve a coisa toda...













OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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