Tudo bem, cristãos progressistas e próximo-revolucionários, em seu diversificado degradê de tons e ideologias, mas, todos, empenhados na transformação - sob Deus! - do sistema capitalista e neoliberal, estão se acostumando a empregar o argumento de que também Jesus foi um revolucionário (e foi, me parece) e inconformado com as estruturas de injustiça de seu tempo (e foi, me parece)...
Aceito a comparação.
Também estão a dizer que foi exatamente por isso que Jesus de Nazaré (é cada vez mais próximo-liberal essa retórica - mas até o limite da conveniente, claro) foi preso, condenado e executado pelo Estado: Jesus, um preso político, torturado e executado.
Aceito a comparação.
Agora, farei a minha: Roma executou um homem que pretendia fazer a população aceitá-lo como rei e que, nesse sentido, se engajasse no processo de tomada de poder, como fizeram todos os messias daquele séculos, tanto os que vieram antes dele, quantos os que vieram depois - e não foram dois ou três, mas uma boa dezena ou dúzia de casos registrados.
Roma matou todos.
E todos queriam a mesma coisa: ser rei, como o foram os Macabeus, tomar o poder de Roma, como os Macabeus tomaram da Grécia. Jesus não era um pacifista - eu duvido que o fosse. Jesus era um revolucionário, queria o poder e, por isso, mataram-no.
A única coisa que acho que podemos discutir, dentro desse cenário, é se Jesus seria um rei igual ou diferente dos outros...
Disseram, em Marcos, que ele seria diferente.
Mas rei.
Jesus tem a ver com Brasília. Não com Aparecida do Norte...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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