domingo, 13 de abril de 2014

(2014/167) Porque Deus é um instrumento


Eu apenas perguntei isso: "e Deus, Deus é amigo?". Eu não devia ter perguntado. Não ia perguntar, mas a pergunta anterior, uma insinuação, a meu ver muito anacrônica, da falta de platonismo no discurso do ativista, provocou-me, e eu, então, cedi ao impulso. Não devia...

Porque se trata de guerra. Quando eu penso a questão "Deus", penso em chave de problematização, em chave epistemológica crítica, e eu havia percebido que o ativista o fazia em chave de instrumentalização na luta. Logo, eu devia imaginar a resposta - o Deus da ortodoxia não nos serve, só o da periferia.

Epistemologicamente, nenhuma diferença. Todavia, ainda que estejamos na academia, trata-se de uma batalha por direitos, e os ativistas não estão a fim de gastar tempo com a questão "Deus", mas apenas em instrumentalizar o personagem e o mito como armas de batalha na guerra em que batalham.

Seja como for, a resposta serviu para deixar a clara a questão. Gedeon Freire de Alencar disse-me que eu devia estar tomando algum remédio e que minha pergunta fora de crente... Não podia meu amigo estar mais equivocado - era uma pergunta que permitiria ao ativista denunciar o uso que a ortodoxia faz de Deus na batalha de interditar os direitos da comunidade LGBT. MAS o ativista não estava a fim de denúncias nesse campo - ele acha que ganha mais fazendo o mito jogar do lado dele(s)...








OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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