domingo, 27 de outubro de 2013

(2013/1255) Da realidade físico-psicológica do eu


Se não são fruto de disfunções orgânicas sem fundo psicológico, todos os nossos estados cérebro-espirituais, psicológico-emocionais são produzidos ecossistemicamente. Nada em nós, nenhum fenômeno de interação com o meio, as coisas, as pessoas, os animais, mesmo se imaginários, como deuses, fantasmas, assombrações, escapa ao fato de que se traduzam por meio de dinâmicas orgânicas, construções químicas do corpo e do cérebro, expressas na forma das imagens e das sensações, das emoções e dos sentimentos que experimentamos. Nunca se trata de "uma" unidade simples reagindo a outras unidades simples - se trata, sempre, do resultado hipercomplexo de um sujeito-centro-de-mundo, ele mesmo emergindo de processo complexos e não-intencionais, experimentando o mundo, as pessoas, os bichos, as coisas e os seres imaginados por meio de sua tradução orgânico-psicológica...

O quê? Se, em face de isso, eu tomo todo o processo como uma ilusão? Se você assim pensou, é um tolo. Ponha a mão no fogo - a sensação de queimar é produzida pelo modo como acabei de explicar: observe a carne assando, transformando-se em cinzas, e compreenda que o que aparentemente é ilusório é a própria matéria se consumindo e você, como testemunha disso, experimentando, na sua forma orgânico-antropológica, o significado concreto disso...

Ilusão é a compreensão da matéria como ilusão...








OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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