Num desses livros de defesa da perspectiva pós-moderna, pós-fundacional, como gosta-se de chamar a coisa, o autor dizia que não se podia tomar a declaração dele e considerá-la uma declaração mais afinada com a realidade do mundo, mais apta a descrever melhor a realidade, porque era apenas uma declaração, um discurso, uma "hermenêutica" e que não tinha a pretensão de descrever o mundo - coisa que ele considera impossível.
Fechei o livro.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2 comentários:
Me interesso por esse tipo de livro... pelo menos não existe uma presunção, uma falsa perspectiva de descrever A REALIDADE, apenas um ponto de vista.
Acho que assim também é que a ciência tem se construído: em cima de olhares sobrepostos, argumentos excluídos, argumentos reconstruídos... e vai caminhando a humanidade em busca de seu saber.
Saber?
Onde não se pode dizer o que a coisa é, não há saber...
Onde não há distinção clara entre erro e acerto, entre verdade e mentira, entre equívoco e procedência, não há saber.
Se se admite a possibilidade de se estar errado, pode admitir a possibilidade de se estar certo.
Onde se faz de conta que se sabe, mas se foge da discussão concreta sobre saber, escondendo-se da prestação de contas, bem, aí não há saber, há alguma outra coisa. Política, certamente. Acordo de cavalheiros, para todos poderem dizer o que pensam, sem ser questionados...
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