Um teólogo liberal é, ainda, um crente clássico. O que eu quero dizer com isso é que um teólogo liberal fez contas, aprendeu muitas coisas - algumas das quais mudaram suas concepções, mas não todas - e tem de arrumar a casa, reorganizar a posição dos móveis e, inclusive, que móveis permanecerão na casa. Não esquecer, sobretudo, da plaquinha que estará à porta...
Ele apenas trocou o conteúdo da fé, da doutrina, mas não o modo como ele lida com elas. Antes de ser liberal, o teólogo pregava o que a igreja pregava, pregava o Cristo. Depois, ele passa a pregar não mais o Cristo, como Paulo e a Igreja faziam, mas passa a pregar o que o próprio Cristo - é o que ele diz - pregava: a vida eterna e o reino.
É uma regressão ao "início", um retorno "às origens". Mas é um retorno sob a mesma bicicleta. É, ainda, a fé, a capitaneá-lo.
Quem cuida que um crítico, posto que crítico, seja necessariamente um teólogo liberal não compreende o que foi o liberalismo teológico nem prestou atenção suficiente na crítica...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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