A única forma de a religião e a ciência habitarem em paz é cada uma saber de seus limites...
Mas a religião, aceitando-se seus limites, tem de ser honesta. Os religiosos que fazem de conta que vivem em paz com a ciência, no fundo trapaceiam, porque, operando como se fossem cientistas, enfiam doutrinas de sua religião (só de sua religião!) nos vãos deixados pela ciência: são como os traficantes de morro que, na falta do serviço público, dão bolsas de compra para os moradores, fazendo as vezes de bons moços...
A única forma de a religião e a ciência serem, de fato, amigas, é a religião entender, de uma vez por todas (esquece, não vai acontecer!) que, se a questão é sobre "conhecimento do mundo", ela não tem nada a dizer.
Por sua vez, a ciência compreenda que as questões emocionais (tratadas como espirituais) não são de sua competência, além do fato de que há um limite - parece - para a perscrutação científica, permanecendo, portanto, uma topografia insondável...
Insondável, religiosos, vejam bem: insondável...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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