sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

(2013/007) Dois problemas que eu tenho com a religião

1. Para mim, a coisa é bem simples. Não faço campanha para o fim da religião - que absurdo seria a tese e o seu defensor!

2. A religião está por aí há pelo menos 40.000 anos, talvez até o dobro disso. E vai permanecer, ainda, por um bom tempo. Se para sempre, não sei...

3. O que eu critico são, basicamente, duas coisas:

a) a teimosia da religião em achar que é conhecimento. Não, não é. Religião lida com mitos e intuições. Eventualmente, intuições que, no futuro, se revelarão acertadas - veja a alquimia, que nasce da metalurgia sagrada: no fundo, a intuição estava certa...

Todavia, se você quer tratar de conhecimento mesmo, faça ciência.

Meu problema com a religião cristã e a teologia cristã se dá maiormente nesse campo: a empáfia e a arrogância da teologia de achar que sabe alguma coisa, e não sabe é coisa nenhuma: o que ela sabe, sabe por força de aplicação de práticas de ciência, e o que a ciência não dá conta, ela repete mantricamente, mas é puro mito. Não é por outra razão que Bíblia e Sistemática se separaram no século XVIII...

b) meu segundo problema é com a manipulação, a falta de ética, ao aviltamento a que se leva a população por força da ação inescrupulosa de agentes religiosos.

4. Assim, desde que a religião saiba, confessadamente, que ela não é uma forma de conhecimento, mas uma expressão social de confortamento e de esperanças utópicas, e desde que a liderança não seja a canalha tão comum hoje em dia, há lugar para a religião numa sociedade saudável.

5. Do jeito que ela se comporta, ela é tão doente quanto a sociedade que a cultiva.




OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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