sexta-feira, 30 de novembro de 2012

(2012/827) Sobre adultos e crianças cortadas

1. Sei que o que vou escrever vai dar dor de cabeça. Mas, pensando na força da inércia, deixemos que a bola role até não poder mais rolar.

2. Vejam:

a) a "circuncisão" (excisão) feminina, de tribos africanas, é considerado ritual sagrado para essas tribos - cortam-se o clitóris, os grandes e os pequenos lábios vaginais e costura-se a vulva, numa "cirurgia, feita por mulheres, que, muitas vezes, leva à 
morte da menina. O Ocidente cristão - e me incluo aí - condena a prática como barbárie, obscurantismo e perversidade.

b) circuncisão masculina - é "bíblica". Corta-se a pele peniana, o prepúcio, numa cirurgia tão violenta quanto a que as meninas sofrem, mas menos invasiva. É praticada por povos africanos e por diversos povos no Oriente Próximo, inclusive judeus. É considerada, ainda, símbolo do pacto com Deus.

3. Dois pesos e duas medidas?

4. ChoVam os argumentos de defesa da circuncisão ritual...

5. Mas ainda posso deixar as coisas mais complicadas. Nos dois casos, adultos violam a integridade física de crianças. Em nome de que poder?

6. Nos dois casos, adultos vão cortar a carne, literalmente, da criança - e carne que não foi feita para ser cortada...

7. Agora, vejam: a garota oferece o ato inaugural de rompimento natural de seu hímen a quem pagar pelo "privilégio" - e a sociedade considera isso um "absurdo"...

8. Não tem alguma coisa errada nessa história toda, não?




OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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