Quem precisa de um bombeiro, espera que ele saiba apagar o fogo. Ele diz: eu apago fogo, e ninguém interpreta isso como presunção. Na verdade, todos esperam que ele não seja um falastrão, e que realmente saiba apagar o fogo.
O mesmo vale para todas as profissões de que a sociedade se serve e das quais precisa: medicina, segurança, transportes. Quando o carinha do Uber diz que sabe chegar em Cariacica, quem quer ir para Cariacica realmente espera que o carinha saiba mesmo chegar em Cariacica, e jamais passará pela cabeça do cliente tratar-se de presunção...
No caso de professores de Exegese isso não se dá assim. Não importa o quanto você diga e faça, o quanto mostre, com mil exemplos, os alunos parecem achar que você não vai além de uma caricatura presunçosa...
Alguém há de retrucar: é, mas o bombeiro vai lá e apaga o fogo. Isso significa que o problema do professor de Exegese é que não há um fogo objetivo que objetivamente possa ser apagado, o que seria a prova de que ele sabe apagar o fogo. Como a interpretação que os alunos esperam receber da Bíblia e a que recebem todos os dias por todos os lados é a interpretação doméstica, quando o professor de Exegese faz a interpretação histórica, esta é percebida pelo aluno como algo no mínimo esdrúxulo, e tudo quanto o professor diz cai por terra.
O problema do critério de quem usa a Bíblia é que este se resume ao púlpito ao ao "Olavo de Carvalho" da vez. Esse povo não entende absolutamente nada de Bíblia e Exegese, mas parte do pressuposto que tem todas as respostas. O Roger deu, ontem, na entrevista... Uma desgraça.
Bem, não estou disposto a ceder. Exegese é Exegese, sejam os dias esses desgraçados dias em que vivemos... Quando essa febre de retardamento cognitivo tiver passado, talvez se deem conta do quanto perderam, do quanto estavam cegos, surdos... Pena que não mudos....
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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