1. O sujeito não confessa - publicamente! - que leia o livro tentando entender o que o autor quis dizer. Está fora da moda!... Mas ele lê. Deve ser algum fenômeno psicológico que eu não compreendo - lidar com códigos grafados em celulose que, por magia, ganham sentido "por si mesmos"...
2. (naturalmente que me parece impossível que qualquer signo funcione "em si" e "por si mesmo". Impossível. Será sempre uma mente humana a lhe dar sentido e, se combinam entre si que A é A, então a comunicação se faz possível - fora isso, esquece)
3. Eu leio um livro apenas e tão somente para saber o que o autor está dizendo - se estou estudando.
4. Se é literatura, diversão, aí é outra história. Mas, na pesquisa, cá entre nós, melhor falar com defuntos do que com papel.
5. Alguém me criticará com a velocidade do falcão peregrino: mas você só tem o papel!
6. Sim, e daí? Assim como eu só tenho o som da fala de meu interlocutor, quando converso com ele, ajudado, é claro, por duas variáveis a mais: a expressão facial e a interlocução direta - foi isso que você quis dizer?
7. No caso do defunto ou do ausente com quem eu falo, eu só tenho os signos que ele registrou - de modo que meu rigor tem que ser severo, eu tenho que ser neurótico no rigor, porque só tenho as palavras escritas para ouvir o que ele/ela disse...
8. Pago o preço.
9. Não vou fugir dessa armadilha só porque parece chique fugir dela.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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