segunda-feira, 9 de julho de 2012

(2012/560) De um tipo de pastoral-diabo: conheces?

1. Deixo espaço para que cada um recuse por a carapuça. As generalizações - algumas vezes - são burras. Essa, certamente, o seria. Não a descaracteriza, todavia, o simples sentimento pastoral - é a prática, efetiva, do dia a dia, da educação teológica, que o definirá, e é a ela que me direciono para citar esse aforismo de fogo de Voltaire:

Não digam que é necessário enganar os homens em nome de Deus: seria o discurso de um diabo, se diabos houvesse.

2. Voltaire, Voltaire. E morreu antes de ver a Revolução Francesa...

3. Acrescentaria, hoje, que não é preciso que se reconheça que se enganam pessoas em nome de Deus para que, de fato, se esteja a enganá-las. É que, à época de Voltaire, ainda não havíamos entrado tão profundamente na Era da Hipocrisia, inaugurada com a cultura de massas.

4. Hoje, os homens que exercem o poder são tão insensíveis quanto os daquela época - mas, hoje, são obrigados a fingir, publicamente, sensibilidade. Isso vale, também, para a religião.



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

PS. o melhor lugar para flagrar os planos de enganação do povo é a sala de aula de Teologia, quando o descuidado e assustado aluno, quase novel pastor, balbucia, com o ábaco na mão: "mas isso não posso dizer, porque, se disser, vão todos embora...". Uma pastoral-diabo para uma teologia-diabo - e eles há, Voltaire, eles há...

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