domingo, 19 de junho de 2011

(2011/368) Justificativa de minha acirrada posição anti-metafórica, anti-estética


1. Eu adoro poesia - boa poesia. Há muita gente que se acha poeta, mas, se é, é de uma qualidade muito duvidosa. Poesia não é escrever. É muito mais do que isso. Quintana. Ponto. Daí para mais. Não sou poeta. Nunca fui nem me fiz. Mas gosto de poesia. Mas só da boa.

2. Também adoro metáforas. Elas, uso-as bastante.

3. Mas não perco oportunidades de "bater" na onda metafórica e estética que acomete o cenário da pesquisa bíblica. Por quê?

4. Primeiro, porque são ondas que pretendem arrasar a praia da exegese: são engajadas. Têm a primeira missão de calar a exegese. Para falarem, devem primeiro, negar a crítica. Matam a pesquisa, o método, a objetividade controlada e metódica, e, então, aberta a clareira, podem armar o circo.

5. Segundo, se apresentam como poesia e metáfora, mas não são o que diz que são: trata-se da mesma coisa em Nietzsche, e, afinal, na Bíblia: é política, disfarçada de poesia e metáfora. É a negação da crítica, em nome da liberdade. Mas dá própria. Só da própria.

6. Não gosto disso. Que se façam poesia e metáforas. Mas, quando se trata de ler textos do passado, deixe a coisa para as especialidades apropriadas.

7. Sei que, às vezes, pareço exagerado: mas acreditem,, até hoje, todas as vezes em que tive o desprazer de ter de assistir a uma palestra da onda metafórico-poética, tive de suportar, calado, as acusações delirantes contra a pesquisa e a exegese. Como se "Quintana" tivesse algo a dizer sobre a Doação de Constantino.

8. E, acreditem, aqui e ali ouvi até aplausos...

9. Por que raios esse pessoal da onda poética não faz sua poesia (dita "mística"), e deixa a exegese em paz? Porque dois minutos de exegese lava com sabão em pó dez anos dessa "poesia"...? É isso?



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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