quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

(2011/104) "Como nossos pais" - Elis Regina


1. E não é que é verdade? No fundo, envelhecer é decair lentamente de volta para a vida de onde, um dia, partimos para essa viagem louca. Vamos crendo que fazemos tudo diferente, e, ao cabo, lá estão as marcas profundas deixadas pelo movimento lento dos corpo dos pais. A revolução cansa, porque fazer força cansa, e, então, paramos de caminhar. Talvez seja o risco de todo mundo que, um dia, tenha se dedicado a mudar o mundo. Uns mais, outros menos, mas, ao fim e ao cabo, quantos de fato conseguem ultrapassar seu destino filial?

2. Vamos ouvir Elis. A certa altura, se você não se deixa capturar pela perfirmance, é porque se perdeu na memória de nossa traição pessoal - amamos tanto o passado, mas tanto, tanto, que não vemos que, afinal, o novo sempre vem - e, quantas vezes, a despeito de nós.




OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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