sábado, 13 de março de 2010

(2010/203) Envelhecer... serenamente


1. Bel disse que o nome é "serenidade". Se Bel disse, é. Eu lhe falava sobre como me peguei observando-me, enquanto agia. Foi uma semana quente, quentíssima. Se a desenhasse, chamas flgurantes e tórridas arderiam, vermelhas, no papel. E, no entanto, não me vi a dar mais do que um passo por segundo... Modo de dizer, claro: o que eu quero dizer é que não me vi correndo pra cima e pra baixo, feito barata tonta, a apagar incêndios. O cheiro do fogo me chegava às narinas, e lá ia eu, serenamente, a ver se havia hidrante por perto. E, quando vi dezenas de alunos envolvidos em questões político-institucionais, alguns comentendo erros grosseiros, ultrapassando certos limites, expondo-se, desnecessariamente, em lugar de desarvorar-me, em preocupações, flagrei-me em pleno pensamento: estão aprendendo, deixem-nos aprender...

2. Foi uma longa caminhada. Longa, muito longa. Achei que era maturidade o nome. Já passei por muitas coisas na vida, muitos cargos, desde os mais baixos, até os mais altos do segundo escalão. Lidei com toda sorte de pessoas - estagiários, funcionários, clientes, chefes. Vi de tudo. Acertei muito. Errei quase o mesmo tanto. Além disso, li muito, estudei mais ainda, concluí uma carreira inteira na Teologia - da graduação ao doutorado... Tornara-me maduro. Mas Bel foi assertiva. Mais do que maturidade, é serenidade.

3. Que seja. Calmo, sereno e tranqüilo, sinto descanso, em meu viver...



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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