1. Bem, se o critério com base no qual se deve responder a pergunta é a entrevista concedida por professora doutora da PUC-Rio ao Jornal Folha Dirigida, sim. (1) Felizmente que nem todo teólogo se pronunciará em sintonia com tal entrevista. Ao menos não os teólogos de nova safra, "compatíveis" com sua inserção na academia - no MEC. Seja como for, confirma o que venho dizendo em Peroratio - a Teologia na CAPES nunca se deu por rogada: fez-se e faz-se, hoje, agora, nesse minuto, diante das "autoridades", diante dos olhos do mundo, "fé" e "confissão" - e o que é imensamente pior, deletério e revelador da invisilibidade que o "outro" tem diante do "cristão": "fé cristã"...
4. A CAPES não conseguiu fazer nenhuma transformação na Teologia, porque a Teologia constriu, na CAPES, um "gueto", um compartimento protegido, isolado das Ciências Humanas, onde é ela, a Teologia, quem faz Antropologia, Sociologia, Psicologia, onde os teólogos dobram as disciplinas segundo o tamanho da gaveta teológica, quer duizer, que faz que faz, porque a Antropologia que aí se faz não é, sob nenhum critério, Antropologia, nem a Psicologia que aí se faz é, sob alguma base, Psicologia - as Ciências Humanas são, aí, subvertidas, corrompidas, cooptadas, violentadas, ad maiorem Dei gloriam... Pena que a glória de Deus é, quase sempre, o aviltamento do homem.
5. Não, profesora, não, não. O estudante de Teologia, no MEC, não precisa, não, ser uma pessoa de fé cristã. Pode até ser de fé umbandista, também, messiânica, se quiser, kardecista, que seja. Mas, a rigor, nem precisa nem ser de fé, pode ser atéia, cética. Aliás, nem mesmo os professores precisam ser homens e mulheres de fé, podem ser até ateus, e céticos. MEC não é catequese - e se é, é crime. Academia, CAPES, MEC - nada disso é Igreja, é Roma, é Wittenberg, e, se for, pára o mundo que eu desço.
6. Não me espanta, nem um pouco, que a Professora Chauí tenha proposto que a Teologia seja retirada do MEC. Na condição de filósofo, eu não pediria outra coisa. No entanto, na condição de teólogo, quero a Teologia no MEC. Mas não essa teologia aí, de fé e confissão, pelo amor de Deus! Quero uma Teologia que se transforme - está longe de o ser - em Ciência Humana. Para isso lutarei. Que a fé fique lá, quietinha, onde pode e deve estar - na consciência individual das pessoas: mas não, de forma alguma, na base do critério da teologia acadêmica.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
(1) Folha Dirigida. Caderno de Educação. Especial Carreiras. 01 a 07 de outubro de 2009. p. 2.
§ o "outro" só existe para o cristão como objeto: seja objeto da conquista para a fé, seja objeto para o exercício do amor e da caridade. Mas o "outro" não tem direito à existência própria e livre, e, quando o tem, é pecado e mazela. Na CAPES, no MEC, a boca torta da Teologia, há séculos fumando o charuto do solipsismo teológico existencial, ainda nomeia Teologia como "coisa de cristão". Isso me faz pensar que Teologia cega... A depender de mim, insistirei na denúncia desse pecado epistemológico, dessa blasfêmia civilizatória.2. "Na minha concepção, em primero lugar o estudante de Teologia deve ser uma pessoa de fé cristã". Obviamente que, se uma tal "concepção" tiver algum fundamento - e não tem felizmente - o MEC estaria em paupos de aranha, posto ter credenciado falsas faculdades de teologia - kardecista, messiânica e umbandista. Falsas, sim, porque, se teologia é fé cristã, uma vez que não são cristãs tais faculdades, não podem ser "teológicas", como dizem ser:
§ Curso de Graduação em Teologia - Faculdade Mesiânica!3. Haroldo, dias desses, lembrou-me de que não era nenhuma novidade a Teologia no MEC, porque ela já estaria no MEC desde a CAPES... Bem, meu amigo, eis a Teologi ada CAPES. Não apenas é pré-moderna, medieval, confessional, normativa, como ainda é desatenta, descuidada, para não dizer, arrogante. Esquece-se de que a fé cristã não é mais snônimo de teologia, se algum dia foi. Teologia é outra cosia, we, certamente, não mais fé crista.
Curso de Graduação em Telogia - Faculdade Umbandista!
Curso de Gradução em Teologia - Faculdade Leocádio José Correia (kardecista)
Não - definitivamente - Teologia não é (mais) coisa [só] de cristão...
4. A CAPES não conseguiu fazer nenhuma transformação na Teologia, porque a Teologia constriu, na CAPES, um "gueto", um compartimento protegido, isolado das Ciências Humanas, onde é ela, a Teologia, quem faz Antropologia, Sociologia, Psicologia, onde os teólogos dobram as disciplinas segundo o tamanho da gaveta teológica, quer duizer, que faz que faz, porque a Antropologia que aí se faz não é, sob nenhum critério, Antropologia, nem a Psicologia que aí se faz é, sob alguma base, Psicologia - as Ciências Humanas são, aí, subvertidas, corrompidas, cooptadas, violentadas, ad maiorem Dei gloriam... Pena que a glória de Deus é, quase sempre, o aviltamento do homem.
5. Não, profesora, não, não. O estudante de Teologia, no MEC, não precisa, não, ser uma pessoa de fé cristã. Pode até ser de fé umbandista, também, messiânica, se quiser, kardecista, que seja. Mas, a rigor, nem precisa nem ser de fé, pode ser atéia, cética. Aliás, nem mesmo os professores precisam ser homens e mulheres de fé, podem ser até ateus, e céticos. MEC não é catequese - e se é, é crime. Academia, CAPES, MEC - nada disso é Igreja, é Roma, é Wittenberg, e, se for, pára o mundo que eu desço.
6. Não me espanta, nem um pouco, que a Professora Chauí tenha proposto que a Teologia seja retirada do MEC. Na condição de filósofo, eu não pediria outra coisa. No entanto, na condição de teólogo, quero a Teologia no MEC. Mas não essa teologia aí, de fé e confissão, pelo amor de Deus! Quero uma Teologia que se transforme - está longe de o ser - em Ciência Humana. Para isso lutarei. Que a fé fique lá, quietinha, onde pode e deve estar - na consciência individual das pessoas: mas não, de forma alguma, na base do critério da teologia acadêmica.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
(1) Folha Dirigida. Caderno de Educação. Especial Carreiras. 01 a 07 de outubro de 2009. p. 2.
PS. instado a comentar-me, Jimmy disse-me ter percebido um tom inquisitorial em meu comentário. Reli o texto. Alterei a segunda expressão do primeiro parágrado. O restante não me pareceu a fala de um inquisidor. Disse-me, ainda, que não ter revelado o nome da professora poderia ser considerado ainda mais constrangedor. Bem, nada me faria deixar de mencionar o nome da professora, salvo, e foi o caso, justamente o fato de que eu lamento veementemente a declaração, mas não a declarante. O fato em si é relevante, o fato de que se trata de um pronunciamento de uma professora da PUC-Rio, logo, de uma profissional vinculada ao MEC e à CAPES. Contudo, o nome da professora é irrelevante. Não é o fato de ter sido a professora xis a dizê-lo, mas o fato de ter sido uma professora.
Um comentário:
Não seria ideal então desatrelar o sacerdócio cristão da obrigatoriedade do curso de teologia (vide obrigatoriedade batista)?
Creio na desobrigação, mas, que seria ideal sacerdotes se prestando à reflexão da teologia "MECCIANA", isso sim seria desejável e construtivo. Talvez aí sim levássemos a teologia, ainda reclusa no medievo, para os ares cáusticos do século XXI - perpassando pelo carbono asfixiante do século XIX.
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