1. ... vem-me o cheio do bacon que Bel frita, a água quer-me escorrer canto da boca afora, enquanto olfato e memória somam forças na tarefa de me levar ao passado. Há diferença entre comer e degustar...
2. Como, meu amigo, vamos ler-te, provar do teu gosto - mas do teu? Querem que brinquemos com as palavras, também c'as tuas (brincam, com elas, Nietzsche!...), que as amarremos em nossos próprios dedos, cada um nos seus, e as façamos, nós, bailar, alguma coisa entre acordos de gueto e teocracia normativa, dita confessional, com o que vou-me tornando averso à palavra "confissão"...
3. Mas, amigo, cá está quem te entende, e, por isso, busca entender-te:
2. Como, meu amigo, vamos ler-te, provar do teu gosto - mas do teu? Querem que brinquemos com as palavras, também c'as tuas (brincam, com elas, Nietzsche!...), que as amarremos em nossos próprios dedos, cada um nos seus, e as façamos, nós, bailar, alguma coisa entre acordos de gueto e teocracia normativa, dita confessional, com o que vou-me tornando averso à palavra "confissão"...
3. Mas, amigo, cá está quem te entende, e, por isso, busca entender-te:
AO MEU LEITOR
Boas maxilas, bom estômago,
Eis o que te desejo.
Depois de teres digerido o meu livro
Hás-de entender-te certamente comigo.
(Nietzsche, A Gaia Ciência, Aforismo 54)
4. Ler-te, Nietzsche, ou é entender o que disseste, ou não é ler-te - ou melhor: é não-ler-te... E há, decerto, razões inúmeras e de sobra para fugirem de ti, como crianças, do banho, seja o cristão de Nicéia, seja o não-fundacional Deus-sabe-de-onde (ainda há de revelar-se a sua pátria!).
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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