segunda-feira, 4 de maio de 2009

(2009/250) Deu no Globo (mas podia ter sido na Folha, também)


1. Adauri Antunes Barbosa entrevistou "o historiador e sociólogo Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)" a respeito do fato de que "o Bolsa Família deve atingir um em cada três brasileiros a partir do ano que vem". o ilustríssimo entrevistado, do alto de sua sapientíssima verve política, exclamou, preocupadíssimo:

2. "- É um número assustador. Isso vai ter uma influência decisiva em qualquer processo eleitoral, e, como nós temos eleições a cada dois anos, a gente vai poder constatar isso tanto na esfera municipal como nas esferas estadual e federal".

3. Hum, entendo a preocupação do senhor históriador e sociológico. Há pobres demais a precisar de esmola... Pensemos na solução para o caso.

4. Primeiro, quem sabe, acabar com o Bolsa Família - que os pobres se virem. Enquanto for Lula no governo, ajudar o pobre é demagogia...

5. Segundo, quem sabe, acabar com o voto de pobre - assim, o governo até pode dar esmolas, mas isso não vai constituir prática demagógica... Por exemplo, Lula jamais teria assumido o poder, se pobre não votasse...

6. Se uma dessas duas opções forem levadas a sério, o senhor historiador e sociólogo ficará contente, contente, porque, com apenas a classe média e alta votando, talvez seu candidato tenha chances. E eis a questão: pobre é um problema sério para a política neo-liberal - não valem nada os obres, não dá nem pra tirar dinheiro dessa gentalha. Como seria bom, não, senhor historiador e sociológico, que uma baita pandemia de febre de porco levasse embora metade dessa gente desclassificada?


OSVALDO LUIZ RIBEIRO

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Sobre ombros de gigantes


 

Arquivos de Peroratio