quarta-feira, 1 de abril de 2009

(2009/127) Israel foi embora


1. Ontem, 31/03/2009, o Diretor Geral do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil - e, por extensão, da Faculdade Batista do Rio de Janeiro -, Prof. Dr. Israel Belo de Azevedo, desligou-se da Instituição. Foi embora.

2. Minha relação com a Casa é muito anterior a ele. Em 1987 ingressei no Bacharelado, mas no Campus de Nova Iguaçu. Nunca estudei na sede. Em 2000, o Reitor anterior, Roberto Alves, por indicação do então Coordenador de Teologia, Luiz Roberto, convidou-me para lecionar Teologia Sistemática (uma situação interna fazia-os entender a necessidade de um "outsider"). Vim. Logo, dedicava-me às disciplinas de minha especialidade.

3. Em 2001, Israel convidou-me, e, depois de quinze dias pensando a respeito, aceitei, assumir a Coordenação do Curso de Graduação em Teologia, cargo que cumpri até 2005, e que deixei, na prática, por conta do doutorado.

4. A isso se resume nossa relação. Que foi muito boa. Quando aceitei vir lecionar na Colina - e eu sabia do que se tratava tal convite -, jamais imaginava, nunca me passara pela cabeça, chegar a assumir a Coordenação. Israel confiou em meu trabalho, ou, sob outra forma de ser vista a questão, pareceu-lhe ser, das que tinha, a melhor opção. Seja como for, é aí, e apenas aí, que começa a nossa relação. Não antes. Como ela foi, não-programática, não programaticamente política, também ela, agora, desfaz-se. Guardarei dele o respeito e a amizade, as gratidões, dentre outras razões, pelo convite ao casal Reimer - Haroldo e Ivoni -, que, em termos concretos, mudou a minha vida. Só isso - só o fato de Israel ter-me feito encontrar Haroldo, dá a ele aquela aura que têm os personagens dos contos que, na vida do herói, malgrado não constituírem a personagem fundamental, exercem papel-chave, entram, agem e saem, para dar lugar ao enredo da história - no meu caso, da vida...

5. Ontem, fizemos em homenagem a ele um "culto" de despedida, que foi bonito e espontâneo - até da parte dos alunos. Quando de sua palavra final, Isael disse palavras que são, efetivamente, também minhas. Ele disse: "tudo que sou, tudo o que aprendi, devo ao Seminário, a esta Casa. Fiz outros cursos, mas nenhum deles se compara à Graduação em Teologia". Essas, são, também, literalmente, minhas palavras - o que eu sou, o homem em que me tornei, devo isso a esta Casa. Como eu disse anteriormente, não é essa minha vida a melhor vida que sonharia para mim - mas na sua profunda realidade, sem os devaneios do possível/impossível, à luz do que é, e pronto, é a essa Casa, somada a ela Nova Iguaçu, que devo o que sou. E também Israel tem culpa disso.


OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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