sábado, 28 de março de 2009

(2009/122) Desesperança e utopia


1. Quando me batem, ambas, querendo uma superar a outra no campo de batalha do Arjuna que mora em mim, corro para a minha juventude, e revivo, como velho que sou, aqueles dias que invento. Invento, pois, agora, de ser eu a dizer Belchior, e bem o quisera ser eu a dizê-lo...




À Palo Seco
Belchior

Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava.
De olhos abertos, lhe direi:
- Amigo, eu me desesperava.
Sei que, assim falando, pensas
Que esse desespero é moda em 73.
Mas ando mesmo descontente.
Desesperadamente eu grito em português.

Tenho vinte e cinco anos de sonho e
De sangue e de América do Sul.
Por força deste destino,
Um tango argentino
Me vai bem melhor que um blues.
Sei, que assim falando, pensas
Que esse desespero é moda em 73.
E eu quero é que esse canto torto,
Feito faca, corte a carne de vocês.


Osvaldo Luiz Ribeiro

PS. Bel, socorro, tira-me dessa fossa saturnina...

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