quinta-feira, 13 de novembro de 2008

(2008/44) Rumo a Lévinas


1. Jimmy tem me recomendado ler Levinas. Acabo de aceitar a provocação. Logo, Jimmy, terei algo a dizer.

2. Há algo nos pensadores judeus que me atrai - confesso. Penso que seja uma tendência à mística, sem, contudo, cair numa normatização doutrinária, de caráter platônico, irritante. Talvez seja isso. Talvez, no fundo, eu seja um místico incorrigível - mas não mais um "teólogo" em sentido clássico. Em um sentido "novo", sim. Mas não creio que aceitaria noções do tipo "queimar a face"...

3. Talvez - refletirei sobre isso - a Teologia-como-ciência se me apresente como uma definitiva libertação de "Deus", eu dele, ele de mim, para, livres, ambos, voltarmos a nos olhar na imensidão gélida da solidão insuperável. É isso, sim, vai ver: cansei do retrato amarelo sobre o altar. Aliás, cansei do próprio altar.

4. No fundo, minha insistência numa Teologia científica, seja lá o que vier a ser isso, quando vier, seja uma agonia em direção à reconciliação de meu espírito crítico e minha mística telúrica e tectônica: salvar-me a lucidez, libertando Deus. É mais ou menos como aqueles filmes de espíritos que precisam ir, para se libertarem de nós, e nós, deles. Somos sempre nós quem os deve libertar - e eles sempre se vão, agradecidos.

5. Vejamos o que tem Levinas a dizer sobre isso. As sinopses que li, antes de decidir gastar meu pouco dinheirinho com ele, indicam-me que há com o que trabalhar aí. Que seja para construir uma boa jangada, nesse mar novo e sem porto - valerá a pena.

6. Jimmy - prepare-se: afio o corte de minha espada. Aceitei o desafio. Haroldo, atenção! - talvez Levinas me cure...


OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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