1. Equívoco pré-marxista - "interpretar o mundo".
2. Equívoco pós-marxista - "transformar o mundo".
3. Complexidade marxista - "Die Philosophen haben die Welt nur verschieden interpretiert; es kommt aber darauf an, sie zu verändern" ("os filósofos apenas têm interpretado o mundo de forma diferente. Mas o que é importante é que ele seja mudado" - tradução minha; "os filósofos apenas interpretaram o mundo de forma diferente, o que importa é mudá-lo" - cf. Georges LABICA, As "Teses sobre Feuerbach" de Karl Marx. Trad. de Arnaldo Marques. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990, p. 29 e 35).
4. Marx, quanto aos pré-marxistas - "apenas" interpretam.
5. Marx, quanto aos pós-marxistas - querem "apenas" transformar.
6. A Tese 11 não estabelece uma opção pendular - mas uma articulação entre "ciência/filosofia" e "práxis".
7. Nesse sentido, não se deveria descolar o conhecimento da práxis - nem tampouco descolar a práxis do conhecimento.
8. Ora, ora, ora - a Teologia sequer conhecimento é. Imagine-se o Mito - e apenas o Mito, dissociado de toda e qualquer relação lúcida/lúdica com a realidade/o real - engajada na "transformação" do Mundo.
9. Ora, é o Mito que liga o conhecimento do mundo à práxis transformadora. Mas, se o Mito entrega-se à transformação do mundo, e negligencia o conhecimento do mundo, eis não o trágico - o que seria bom -, mas o alienante.
10. Que Mito e Metáfora dediquem-se ao seu papel - dobradiça entre o conhecimento do real e a transformação do real, ao mesmo tempo em que a gosma hermenêutica que recobre os dois. Saber e Fazer são míticos - mas, cada um, a seu tempo e modo.
11. Lucidez não é um estado. É um processo. Alguma coisa entre o "não apenas" e o "o que realmente importa".
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2 comentários:
Professor Osvaldo,
Acho que vivo oscilando entre os dois equívocos...
Deliciosamente!
Um abraço.
Felipe,
1)se "oscilar" aí é resolver o equívoco pólo-pendular, tanto interpretando quanto engajando-se na mudança de mundo - louvável.
2) se "oscilar" significa, dia par, equívoco pré-marxista, e, dia ímpar, equívoco pós-marxista - não entendo. Se temos a opção de tanto interpretar quanto transformar, por que permanecer no equívoco?
Um abraço,
Osvaldo Luiz Ribeiro
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