No livro Filosofia da Ciência, Rubem Alves compara o discurso científico ao discurso do menino de uma tribo africana. Hoje, ouvi de novo o discurso: a leitura que o religioso faz da realidade é comparável à leitura, por exemplo, do antropólogo...
Bem, eu posso estar louco, posso mesmo; posso ter sido tomado por algum vírus; meu cérebro pode ter-se corrompido e me enganado, mas eu serei honesto para dizer que não são comparáveis não...
Ora, Osvaldo, ambos descrevem a realidade...
Não, não descrevem. O pensamento do religioso é a leitura do mundo a partir de um mito, mito que é um conteúdo, um discurso prévio dado sobre a realidade. O discurso do antropólogo, não: é uma aproximação crítica a partir de regras, acordos, princípios, que devem ser universais em sua aplicação...
Mas deve-se respeitar o modo como o religioso...
Pára. Por favor, pára. Ninguém está discutindo política aqui... Desde que o religioso não se meta com infrações legais, ele pode pensar da realidade o que quiser, pode andar de cabeça para baixo, se quiser. A discussão é heurística: e, cá entre nós, amigos, retórica e prestidigitação à parte, quando o religioso, qualquer que seja, lê a realidade como fundamentada em deuses, espíritos e que tais, bem, preciso dizer mais alguma coisa...?
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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