I.
Há homens que usam "Deus" para controlarem-se a si mesmos.
Há homens que usam "Deus" para controlares esposas e filhos.
Há homens que usam "Deus" para controlarem o gado.
Há homens que usam "Deus" para controlarem um povo inteiro.
É um boneco de marionetes.
II.
O zelo público do sagrado não é outra coisa que adestramento do gado. Disse-o com palavras pesadas, mas posso dizê-lo de forma mais cordata: impor um ultra-respeito ao "sagrado" é um caminho político-religioso para fazer pessoas comportarem-se do modo como os gestores do sagrado consideram que se deva comportar.
Toda estratégia social que interponha o "sagrado" entre duas pessoas é mecanismo de controle social e nada mais, absolutamente nada mais além disso.
III.
Que fé é boa?
A que duvida.
IV.
No final, podem anotar, quando o crente de Jesus e o crente de Alá esfaquearem-se mutuamente e, caídos no chão, sangrarem até a quase morte, um, e à morte total, outro, o que se levantar, imbecil até o fim, dirá que seu deus o salvou e matou o outro. É uma alma desgraçada, essa, e com ela se foram todas as outras igualmente desgraçadas almas.
V.
Quando me deparo com um jovem fundamentalista, vejo-me aos 19 anos. E torço, com todo desejo, que ali vá alguém como aquele rapaz. Há salvação, se se é fundamentalista apenas porque se ama a verdade... Quando o fundamentalista que o é porque ama a verdade, descobre que foi enganado por gente alguma coisa entre má e igualmente ignorante, ele simplesmente se vira do avesso, atrás da verdade que ama... Desgraçada, todavia, é a situação do fundamentalista que o é porque ama o dogma - seja ele de que tipo for. Esse, já tem a alma presa ao câncer do inferno.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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