Se o pesquisador da religião se serve da leitura que o religioso faz da religião e a isso ele chama de fenomenologia da religião, um dos dois, ele ou eu, entendemos tudo errado...
Eu não posso confundir a compreensão de como o religioso experimenta a religião com a minha compreensão de como se dá esse processo...
Se eu assumo o discurso do religioso, o que faço é racionalização do fenômeno. Se eu não levo em conta o discurso do religioso, é abstração que faço. A fenomenologia é construir a visada na forma de uma flecha que se crave ao mesmo tempo na percepção do religioso e no fenômeno independentemente de como o religioso o percebe.
Por exemplo: de posse das ferramentas das Humanidades aplicas à religião (Psicologia, Antropologia, História etc. das religiões), eu opero ao mesmo tempo tanto sobre o fenômeno externo à psiquê do religioso quanto internamente a ela, de modo que eu compreendo não apenas o que o fenômeno é, em perspectiva crítico-humanista, mas, também, sobre como isso aparece ao olhar comprometido do religioso.
Todavia, em nenhum momento é o olhar do religioso que me dirá o que é aquele fenômeno. O olhar dele apenas me dirá como ele o experimenta.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Nenhum comentário:
Postar um comentário