Eu simplesmente não consigo mais operar nem na dimensão crua do mito religioso nem na dimensão filosófica desse mito. O costume de filósofos e teólogos dito não fundamentalistas é tomar as mesmas passagens que os fundamentalistas tomam e fazê-las dizer a mesma coisa, mas em sentido filosófico, como se por baixo da mitologia da passagem houvesse uma revelação profunda da vida, da existência, houvesse uma verdade.
Estou fora.
Para mim, aqueles textos são instrumentos datados de intervenção social e controle de consciência. Não há como salvá-los: apenas denunciá-los...
E não me refiro apenas aos textos de condenação e pecado, como Gênesis 3, mas, ainda mais, aos textos de "salvação e graça, como os paulinos, porque seu fundamento se dá sobre aqueles textos de pecado e condenação. Ora, aqueles não têm fundamento algum, são peças mitológicas e político-sociais - porque estes teriam?
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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