quinta-feira, 22 de maio de 2014

(2014/487) Sobre um conceito de religião



Teme-se conceituar e definir religião - e me refiro aos ambientes que pesquisam o fenômeno. O problema é que eu não acredito que alguém pode estudar religião sem ter uma definição de religião. Pode-se negar a discutir, a explicitar o conceito que se tem - mas se tem. E, se não tem, não se explica como estuda a coisa que se diz ser religião.

Logo, não temo conceitos e definições. Arrisco uma - e vejamos se com ela se pode abranger tudo o que se chama aqui e ali de religião.

Para mim, pois, religião é: todo e qualquer sistema de crença e relação com realidades extra-físicas. Desdobrando - se o sistema de ideia pressupõe uma realidade extra-física (sobrenatural), e se esse sistema organiza a vida e a prática das pessoas em função dessa realidade extra-física, então esse sistema é uma religião.

O que podemos classificar como religião, então, se usarmos esse conceito?

Alguns exemplos: Cristianismo, Budismo, Taoísmo, Confucionismo, Umbanda, Xintoísmo, Candomblé etc. etc. etc.

Que dificuldade surge?

Maçonaria seria? Não se pode ser ateu e maçom... E a Igreja Positivista? Os heróis e sábios da Humanidade, cultuados, constituem uma espécie de realidade "extra-física"? E a Jedi Church, que cultua a "Força"? Desses três casos, Maçonaria e Jedi Church me parecem indiscutivelmente religião. O problema é a Igreja Positiva, porque, se não pudermos conceber os heróis e sábios do passado como entidades extra-físicas, o conceito de religião sugerido não abrangeria uma... Igreja.

Talvez se precisasse, então, ampliar um pouco mais o conceito de "entidades metafísicas". O culto da Igreja Primitiva à "Humanidade, à Terra e ao Universo" fariam dessas grandezas a abstração "panteísta" de um Todo?








OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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