Na tela, abria-se a pintura em amarelo, com um céu branco-azulado muito claro, e eu observava o avanço do download... Súbito, observo, no céu branco-azulado e belo, um como que mosquito, um inseto, e meu cérebro se confunde: que faz esse inseto em céu tão claro...? Instintivamente, a mãe se mexe e o ponteiro do mouse voa até o inseto... Antes que lá chegue, dou-me conta, com um sorriso, tratar-se de um mosquito na tela, não no quadro, e continuo sorrindo pela fração de segundo que demora o ponteiro do mouse chegar até ele, mas, ai, quando chega, ele voa, assustado e, por um instante, meu cérebro trava de novo, porque, como pode o mosquito real assustar-se com o ponteiro virtual em um quadro digital? E, então, dou-me conta, com outro sorriso, tratar-se do movimento e da forma - ainda que digital, está ali, e se move, e o mosquito, para isso treinado por todas as gerações que lhe antecederam, voa, para proteger-se da ameaça que, ele não sabe, é virtual apenas...
Religiosíssimo o mosquito...
Podia ter aprendido tanto de religião com ele...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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