Já que todo mundo faz, vou inventar uma prática cristã que seja o meu gosto.
No campo teológico-litúrgico, mais estrutural, será um politeísmo filosófico light, monolatria flexível e iconismo imagético. Uma espécie de Burning Man sem alucinógenos...
No campo ético, será a radicalização dos princípios modernos da ética pública e privada. Alguma dúvida de que não se falará mais em homoafetividade como pecado? As questões: drogas, aborto, prostituição - todas serão discutidas seriamente, e as decisões nesse campo seguirão a expressão político-social do país, sem reacionarismos pseudo-espirituais.
No campo estético, cantaremos o que quisermos, menos gospel comercial. Gospel até poderá, mas ninguém poderá vender nem ganhar um centavo com isso.
Não haverá pastores nem pastoras. Haverá apenas "presidente", para responder civilmente pelo CNPJ, com mandato. Quem desejar fazer homilias, terá de estudar. Improviso, ali, só para jazzistas...
Não haverá Ceia do Senhor. Em lugar dela, haverá distribuição de alimentos para sem-teto e instituições de caridade.
Ou seja, tudo o que for progressista, fará parte da agenda do cristianismo que eu inventar.
Aí, eu poderei dizer que o cristianismo é bom.
Porque, meus amigos, cada qual inventa para si um cristianismo e, depois, diz que é cristianismo. Mas o que é cristianismo, mesmo, afinal, senão o que ele de fato foi na História - até hoje? E, se cristianismo é o que ele foi até hoje, não levante a tampa na sala, porque ninguém conseguirá jantar depois...
Ah, e se paira alguma dúvida, é óbvio que isso que eu invetasse seria tão cristianismo quanto a aceitação da validade das outras religiões...
OSVALDO LUIZ RBIEIRO
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