Talvez se pudesse considerar que a condição da religião como ópio dá a ela a mesma característica que aos narcóticos e drogas de modo geral...
Vejam o vinho: uma ou duas doses, abre a criatividade, desinibe e "melhora" as relações, faz até algum bem à saúde, dizem. Mas doses demais, desgraça...
Dizem a mesma coisa dos alucinógenos e narcóticos: em doses controladas, criam romances, poesias, filmes, quadros, arte. Em doses exageradas, desgraça...
Talvez a religião seja assim - em pequenas doses, vá lá, que mal faz?
O problema é - qual é a dose adequada?
Porque, diferentemente das drogas, a religião, quanto maior a dosagem, mais autorizado se torna para o religioso dar como bom e bem aquilo que é anti-ético, mal e perverso, de modo que doses cavalares de religião tornam a pessoa um perigo social...
Há como controlar, todavia, as doses?
E, mesmo em doses controladas, faz da religião outra coisa que uma droga?
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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