Não vejo tanta indignação pelo discurso genocida e pervertido de um "Deus" que mandará ao inferno dois terços da humanidade. Não, não vejo: pelo contrário - vejo isso sendo repetido nauseabundamente, domingo após domingo, no anúncio das "boas novas" - inferno, céu, inferno, céu, inferno, céu... O quê? Não quer o céu? Ao inferno! Todo domingo.
Não, não vejo tanta reclamação quanto a isso, tanta denúncia dessa patologia ética e moral, travestida de altíssima revelação e teologia. Uma bestialidade de anjos...
Mas contra a teologia da prosperidade, essa outra estupidez enorme, ah, quanta gente "boa" se sente "movida pelo Espírito" para a denúncia!
Cá entre nós - trocaria todas as igrejas de "inferno" pelas igrejas de prosperidade. Todas. Pensem o que quiserem quanto a isso...
Mas desconfio que a ira que têm das igrejas de prosperidade os pregadores tradicionais é que elas não repetem o discurso "ortodoxo" deles - céu, inferno. Não trabalham para a manutenção do seu jogo e discurso, mas subvertem toda a regra e ordem, criando discursos novos, relações novas e, sobretudo, poderes novos.
No fundo, é ciúmes. Porque, ética por ética, falta nas duas - perversão por perversão, está tudo na casa de Deus...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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